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- Ale Cabral/AGIF
O diretor executivo de futebol do São Paulo, Raí, vai ter de trabalhar para manter a qualidade do elenco
O São Paulo não vai poder desfrutar tranquilamente da pausa do Campeonato Brasileiro para a Copa do Mundo. As saídas de Marcos Guilherme e de Valdívia, que deixou o time nesta terça-feira (6) para negociar uma possível transferência para o Al Wehda, da Arábia Saudita – equipe comandada por Fábio Carille -, fazem o clube ver com outros olhos a necessidade de reforçar o elenco. Na próxima semana, como já estava agendado antes de tais saídas, o técnico Diego Aguirre vai sentar com os integrantes do departamento de futebol para discutir quais atletas poderão chegar.
O treinador está ciente de que outros atletas também devem ser negociados. Rodrigo Caio e Cueva, por exemplo, costumam ter seus nomes especulados quando as janelas de transferência para o exterior são abertas. No caso do peruano, a expectativa é de que o meia seja valorizado durante a Copa e vendido. Já o zagueiro declarou diversas vezes que têm o interesse de um dia jogar na Europa. Ainda há o caso de Militão, que pode ser negociado para evitar uma saída de graça.
Por isso, o clube que apontava seu elenco como um dos melhores do Brasil vai precisar trabalhar para manter a sua força. Ainda assim, os dirigentes adotam um discurso mais positivo e descartam a possibilidade de o São Paulo passar pela mesma situação de 2015 e de 2017, quando o time era comandado por Juan Carlos Osorio e Rogério Ceni, respectivamente. Nestas temporadas, o Tricolor sofreu com a saída de diversos jogadores durante o Campeonato Brasileiro e virou alvo de críticas.
Hoje, o São Paulo tem 32 jogadores no elenco. Vale destacar que Aguirre havia declarado que preferia trabalhar com um grupo mais enxuto. No entanto, a ideia era de que as saídas fossem mais programadas, para posições em que o clube tivesse uma oferta maior de opções, como na lateral esquerda – onde Reinaldo, Edimar e Júnior Tavares estão à disposição.
O departamento de futebol diz que vai priorizar os seus esforços para segurar algumas peças e trazer apenas jogadores para as posições em que atletas foram negociados para manter a qualidade do time. Não está descartado, em alguns casos, a comissão técnica utilizar mais os jovens que foram promovidos das categorias de base, como por exemplo no ataque, com Paulinho Boia, Brenner, Bissoli, Caíque e até Helinho.
Uma atuação precisa e firme na janela de transferências será essencial. Não só pelo histórico dos últimos anos, de desmanches e reposições ruins, mas também pela pressão de momento sobre os dirigentes. O combo derrota em clássico mais saídas de dois jogadores foi incrementado pela presença de Ricardo Rocha, coordenador de futebol, como comentarista do Fox Sports na Copa do Mundo. Diego Lugano, embora não lide diretamente com o futebol tricolor, irá à Copa pela Conmebol. Raí terá agenda de publicidade relacionada ao Mundial. Na teoria, nada que de fato atrapalhe o trabalho no mercado, mas a fiscalização dos torcedores promete ser forte.
Enquanto o SPFC mantiver esta mentalidade tacanha de que o importante é vender jogador nós iremos para o buraco. Nossos adversários a muito nos deixaram para trás. Tem de haver uma mudança profunda no clube caso desejemos almejar voltar a ser grande.