São Paulo: Lugano conta rotina de dirigente e diz se sentir representado pelo time

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UOL

Bruno Grossi
  • saopaulofc.net

    Lugano deixou a carreira de jogador profissional no fim de 2017Lugano deixou a carreira de jogador profissional no fim de 2017

Diego Lugano deixou a vida de jogador no fim do ano passado e começou a trilhar a sua caminhada em uma nova carreira em 2018. O campeão mundial de 2005 aceitou o convite do São Paulo e assumiu o cargo de superintendente de relações institucionais do clube. Em entrevista exclusiva ao UOL Esporte, o uruguaio contou um pouco de sua atual rotina e disse se identificar com a equipe de Diego Aguirre.

“Sim, eu me sinto identificado, principalmente pelo equilíbrio tático e emocional. É o meu conceito de futebol. Eu acho que cada treinador e cada time tem sua característica, muitas vezes isso depende dos jogadores que estão na instituição. Mas eu me sinto identificado. Mas ainda falta muita, muita coisa para acrescentar, crescer, ser sólido. Meu time agora aprendeu a vender caro uma derrota, mas tem muito para evoluir. Não tem nada para ficar tão tranquilo assim. Tem que trabalhar muito melhor, muito ainda porque o Brasileirão é muito difícil e equilibrado. E o que temos demonstrado ainda não é o suficiente”, disse o ex-zagueiro, em entrevista realizada antes da Copa do Mundo.

Apesar do pouco tempo como dirigente, o ex-jogador diz já se sentir adaptado ao cargo. Segundo Lugano, a nova rotina tem suas semelhanças com a de jogador.

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“Bom, adaptado eu estou a tudo porque estou muito adaptado à instituição, às tarefas que eu faço e já fazia há 15 anos como capitão nos clubes e seleção. Então, não tem nada que eu não tenha vivido antes. Talvez, às vezes quando você é capitão, o que você falava no vestiário, 90% era o que se fazia, era quase uma ordem. Agora tem uma estrutura, hierarquias, outras maneiras de conquistar ou implantar o que você pensa. Talvez seja a única diferença. Estou com os jogadores no vestiário, temos projetos institucionais, contato com a torcida, com ídolos do clube. Enfim, coisas que estamos completando e outras que em breve se completarão e que eu sempre sonhei que o São Paulo deveria agir assim”.

Confira abaixo os principais trechos da entrevista com Lugano:

Participação nas decisões

Eu participo muito mais nas decisões que acontecem no clube. Obviamente eu não tenho a última palavra. Quem manda é o Raí, e quem autoriza é o presidente. Eles são os verdadeiros e principais responsáveis. Por sorte, me sinto respeitado, ouvido. Com certeza minha personalidade, equilíbrio fazem com que muitas pessoas confiem em mim. Mas tem uma hierarquia, e quem toma decisões é o Raí com o aval do presidente.

Representando o clube em reuniões e eventos

Eu acho que uma instituição tão grande como o São Paulo tem que estar sempre participando de diferentes eventos, tomar decisões onde se realiza o futebol. Tem que estar representado porque sempre você aprende, sabe o que está acontecendo. Obviamente que, quando quem representa a instituição é alguém conhecido, o acesso é mais fácil. Acho que para o São Paulo é importante, e era o que eu fazia como jogador. Então, me sinto muito confortável.

Sensação de ser dirigente

Na verdade, eu me sinto muito bem, principalmente me sentindo útil para a instituição. Tem certa empolgação porque estou fazendo coisas que eu já fazia como capitão, jogador, coisas internas no clube e seleção. Mas agora com mais tempo porque não tem a rotina, treino, viagem. Nem sequer às vezes a rotina de jogo, o que me dá certa flexibilidade e um pouco de vida familiar, que a gente nem sempre teve. Então, a verdade é que estou muito feliz, ainda com projetos na cabeça e me sentindo mais um no vestiário, do futebol. Não percebi o fato de parar de jogar. Pelo contrário, estou bem feliz porque tem coisas que são as mesmas, que eu sempre gostei, mas agora com a liberdade de horário, que a gente nem sempre teve como jogador.

Atribuições da nova função

Tudo se refere a responsabilidade social, respeito e estar perto dos ídolos que fizeram do São Paulo o time que é. A proximidade e legitimidade com a torcida, o conforto dos jogadores e de todos que trabalham aqui dentro. Que o São Paulo funcione como uma estrutura harmoniosa, exigente, mas que todos se sintam parte da instituição.

Ligação com o futebol

Obviamente, tenho esse contato e conhecimento intrínseco do São Paulo. O que ninguém de fora pode ter. Está claro que eu não estou sempre no CT, mas obviamente tem uma sensibilidade especial para detectar alguma coisa, para ter uma opinião que pode atingir o alvo no momento certo. O Raí, o Ricardo Rocha e o presidente se utilizam muito dessa faceta para tomar decisões aqui dentro. Obviamente que a sensibilidade que eu tenho dos últimos anos fazem com que eu tenha uma visão mais ampla.