Pivô de caso polêmico no São Paulo, Itaquerão vira parceira de time da A2

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GloboEsporte.com.

Guto Marchiori

Envolvida na ida do zagueiro Iago Maidana para o Tricolor e que virou julgamento no
STJD, empresa comandará o futebol do Rio Branco na temporada 2016.

São Paulo Iago Maidana (Foto: Érico Leonan/saopaulofc.net  )

Itaquerão Soccer levou Iago Maidana ao São Paulo
(Foto: Érico Leonan/saopaulofc.net )

Envolvida na polêmica que colocou o São Paulo na mira do STJD, com risco até mesmo de rebaixamento devido a contratação do zagueiro Iago Maidana, a Itaquerão Soccer é a nova parceira do Rio Branco, da Série A2 do Campeonato Paulista.

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O clube de Americana firmou contrato com a empresa que, ao lado da Zaka Sports, será responsável por assumir o departamento de futebol do Tigre na temporada 2016.

Apesar de acertar com a empresa que atualmente é gestora do futebol do Rio Branco, a entrada da Itaquerão Soccer no clube ainda depende da aprovação do Conselho Deliberativo, que deve se reunir na próxima semana. Mesmo assim, a chegada da nova parceira teve um primeiro impacto: a saída do diretor de futebol Airton Moraes. Os jogadores que disputaram a Copa Paulista também foram liberados.

Nesta sexta-feira, a Zaka Sports liberou todos os jogadores que disputaram a Copa Paulista pelo Rio Branco para procurarem outros clubes. Funcionários do Tigre também foram dispensados, enquanto que a situação do técnico William Sander está indefinida. O treinador foi convidado a permanecer no clube, mas não respondeu. Adailton Ladeira, que já treinou o Corinthians, surge como candidato ao cargo.

O CASO IAGO MAIDANA

Em setembro, a empresa Itaquerão Soccer tirou Iago Maidana do Criciúma ao preço de R$ 800 mil – segundo o clube catarinense, o valor seria a metade – e o registrou por dois dias no Monte Cristo (que disputa a terceira divisão goiana) antes de vender 60% de seus direitos econômicos ao São Paulo por R$ 2 milhões. Ocorre que, desde maio, a participação de investidores em transferências é proibida, motivo pelo qual a negociação passou a ser investigada pela diretoria de registro e transferência da CBF.

Depois de notificar os três clubes e pedir versão dos fatos também ao atleta, a entidade finalizou um dossiê e o entregou à Procuradoria do STJD. Analisados os documentos, a denúncia foi oferecida no dia 16. Pela polêmica contratação do zagueiro, o São Paulo recebeu do Superior Tribunal de Justiça Desportiva uma multa de R$ 100 mil, mesma pena imposta a Criciúma e Monte Cristo. Ao atleta, a multa foi de R$ 10 mil.

Por maioria de votos, a Primeira Comissão Disciplinar do tribunal concordou com os advogados que o mérito da principal denúncia, com base no artigo 34 do Regulamento Nacional de Intermediários, deve ser julgado pelo Comitê de Resolução e Litígios da Confederação Brasileira de Futebol.

A CBF tem até dois anos para remeter o caso. Os clubes, portanto, ainda correm risco de multa, suspensão de registros de novos jogadores por um ou dois anos, dedução de pontos e até “rebaixamento para divisão imediatamente inferior a que estiver disputando quando do trânsito em julgado da decisão”.

No São Paulo, antes mesmo do desfecho, o assunto intensificou uma crise política histórica e expôs de vez um racha que levou Carlos Miguel Aidar a renunciar à presidência depois de acusações de corrupção. Antes de se desligar do clube, o agora ex-mandatário afirmou desconhecer a Itaquerão Soccer, apesar de uma fotografia mostrar que os representantes da empresa estiveram reunidos no CT da Barra Funda com o zagueiro.