SP mostra preferência por técnico brasileiro e quer “encorpar elenco”

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UOL

Guilherme Palenzuela

Depois de demitir Doriva na última segunda-feira (9), o São Paulo definiu o coordenador técnico Milton Cruz como treinador interino até o fim do ano e agora analisa candidatos para assumir a equipe em 2016. Nesta terça-feira (10), o novo diretor executivo de futebol do clube, Gustavo Vieira e Oliveira, concedeu entrevista coletiva no CT da Barra Funda e mostrou preferência pela contratação de um treinador brasileiro, diferentemente da opção em junho pelo colombiano Juan Carlos Osorio.

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“A gente não exclui qualquer possibilidade sobre técnico brasileiro ou estrangeiro. A gente tem que entender um pouco o momento do elenco, o momento do futebol do clube. Diferentemente de há alguns meses, quando buscamos o Osorio, hoje a gente precisa de um incremento, precisa de um corpo. Treinador estrangeiro tem uma hora certa, não excluo, mas hoje o cenário é diferente”, falou Vieira de Oliveira, que admitiu que o clube demitiu Doriva sem saber qual será o próximo treinador e que neste momento a diretoria discute possibilidades.  O diretor são-paulino também afirmou que o ideal é contratar um treinador sem ter de pagar multa rescisória: “O ideal é não pagar por razões financeiras. Mas cada caso é um caso”.

“Milton Cruz continua conosco até o fim do ano, é o profissional que em sua história com o clube sempre foi chamado para substituir o treinador. Confiamos e botamos fé que ele é o profissional, junto com o Zé Mário, para alcançar a Libertadores. Naturalmente nomes existem, temos informações, é um processo que começou ontem, mas são informações que vamos debater no âmbito interno”, completou.

O diretor de futebol falou sobre os motivos que levaram à saída de Doriva e falou um pouco do perfil que o próximo treinador terá de assumir para o São Paulo de 2016.

“Os motivos que concluímos não ser o Doriva dão conta pela performance alcançada nesse curto período de trabalho, e a nossa observação de trabalho. Quero frisar que não há nada de negativo, pelo contrário. O que nós imaginamos para 2016 é um perfil que traga uma carga de vitória, não no passado, mas que represente uma perspectiva de conquista de título. Que esteja disposto a assumir o perfil que o clube quer assumir em 2016, ou seja, montagem de elenco, incremento de elenco, dentro das realidades financeiras”, falou.

“As razões que levaram nossa decisão sobre a dispensa do Doriva se dão conta pela busca principal de dois objetivos nesse momento: o primeiro é a busca da vaga da Libertadores, e o segundo naturalmente é acelerar o planejamento de 2016. Chegada a conclusão que não contaríamos com o Doriva para o ano que vem, nada mais leal e justo que ele fosse o primeiro ao saber, e ao saber nos dar possibilidade para deixar o comando técnico para o ano que vem”, disse o dirigente, que não considera Rogério Ceni uma opção para ser treinador do time neste momento.

“O Rogério é alguém com uma história no clube, talvez a maior como atleta, alguém que está conosco no dia a dia e que participa conosco na condução do futebol. Nunca tive uma conversa com ele sobre pretensões pessoais. Diante disso eu não o considero uma opção pra 2016, ele é tratado como um atleta. O primeiro passo é entender os objetivos dele”, disse.

Sobre o elenco, Gustavo Vieira de Oliveira admitiu que pretende contratar em quantidade para encorpar o elenco. Além das qualidades técnicas, o dirigente falou que gostaria de suprir também a representatividade com a torcida após perder Rogério Ceni. Não quis falar, no entanto, sobre a contratação do ídolo uruguaio Diego Lugano.

“Nossa análise preliminar, minha avaliação pessoal, é que a gente precisa encorpar o elenco. A gente tem posições que merecem ser preenchidas, características e perfis de atletas que eu gostaria de ver em 2016. Ao mesmo tempo que existe a dificuldade de perder atletas, há o desafio de implementar mudanças no elenco que representem a vontade de ser campeão. O trabalho vai ser para suprir os elementos de liderança, técnica e até representatividade para a torcida. Temos um espaço para reconquistar com o torcedor

“Eu vivo pedindo aos meus superiores que não se analise em concreto nome que ainda se pensa em trazer. O que interessa pra torcida é a negociação feita. Preferia não falar em nomes concretos, assim como se fez com treinadores. Independente disso, Lugano tem uma história gigante no clube, atleta que deixou um encanto nos são-paulinos. E nessa ordem ele deve ser encarado como muito forte nesses elementos que ele conseguiu”, disse.