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As coincidências e semelhanças entre São Paulo e Palmeiras, que se enfrentam neste sábado, às 18h (de Brasília), no Estádio do Morumbi, vão muito além da briga pelo título do Campeonato Brasileiro. Conhecidos por priorizarem a defesa ao ataque, os times comandados por Diego Aguirre e Luiz Felipe Scolari possuem os “cães de guarda” como ponto de equilíbrio de seus sistemas. E assim surge o confronto particular entre Jucilei e Felipe Melo.
Um veste a camisa oito. O outro, a de número 30. Ambos, porém, retornaram ao Brasil no início de 2017 com a responsabilidade de fazer a função do simbólico número cinco, que inicia as jogadas ofensivas e, ao mesmo tempo, dá o combate como principal jogador de marcação no meio-campo. E essas coisas são as referências da dupla de experientes que lideram dentro de campo dois postulantes ao título nacional.
Considerados os “cães de guarda” do Choque-Rei, Jucilei e Felipe Melo chegam como pontos de liderança do elenco, mas exercidas de forma diferente. Enquanto o são-paulino adota como característica o tom sereno e comedido, tanto fora quanto dentro de campo, o volante palmeirense é conhecido pelas atitudes mais sanguíneas nas quatro linhas e longe delas também, como em entrevistas e nas redes sociais, por exemplo.
Estatisticamente, a dupla de referências do elenco tricolor e alviverde também faz valer sua função primordial: manter os adversários longe de suas respectivas metas. E com números muito semelhantes. Com 20 jogos no Brasileiro, um a mais que o palmeirense, o volante do São Paulo possui 49 desarmes contra 43 do rival. Já no quesito lançamentos, são 42 a 39 para o jogador comandado por Diego Aguirre.
Neste sábado, Jucilei e Felipe Melo tem uma missão em comum: ajudarem seus respectivos times a saírem do gramado do Morumbi com os três pontos e mais vivos do que nunca na briga pelo título. No caso do tricolor, um triunfo dentro de seus domínios, com a casa lotada, pode recolocar o time comandado por Aguirre á frente do rival e, possivelmente, até na liderança. Já para o Palmeiras, o Choque-Rei vale a manutenção do primeiro lugar e a permanência da boa fase pelos lados do Allianz Parque.
Felipe Melo supera série de polêmicas para brilhar no Palmeiras de Felipão
Em janeiro de 2017, chegou ao Palmeiras Felipe Melo. Conhecido por seu estilo brigador e pelas polêmicas dentro e fora das quatro linhas, o camisa 30 abriu o leque de problemas logo em sua entrevista coletiva de apresentação, quando afirmou que, se necessário, daria “tapa na cara de uruguaio”. O fato foi o início de uma passagem permeada de altos e baixos, inclusive com Felipão sob o comando.
Soco no Uruguai contra o Peñarol, áudio vazado com críticas ao treinador Cuca, provocação na Vila Belmiro, confusão com o ex-companheiro Roger Guedes e expulsão nos primeiros minutos do duelo contra o Cerro Porteño pela Libertadores de 2018. Todos esses episódios marcaram as quase duas temporadas do volante. Ainda assim, houveram momentos positivos dentro de campo.
Neste ano, Felipe Melo também alternou bons e maus momentos, mas desde que Felipão retornou à beira do campo do Verdão a consistência durante os 90 minutos tem se sobressaído sobre as confusões. Peça fundamental no forte sistema defensivo, o camisa 30 segue se destacando até mesmo com gols e assistências.
Contratado como certeza, Jucilei faz valer investimento e vira referência no São Paulo
Assim como seu “rival” deste sábado, Jucilei retornou ao Brasil no início de 2017, inicialmente por empréstimo junto ao Shandong Luneng, da China. Desejo antigo do São Paulo, o volante, apesar do passado no rival Corinthians, caiu rapidamente nas graças da torcida tricolor. Seguro, com ótimo poder de marcação e uma saída de bola qualificada, o camisa oito conseguiu ser destaque mesmo em uma temporada na qual o time do Morumbi brigou contra o rebaixamento.
Como prêmio, o início de 2018 foi também do anúncio da permanência de Jucilei. Inicialmente tratado um negócio difícil, o São Paulo e o jogador não mediram esforços para a manutenção da parceria, que se mostrou acertada dentro das quatro linhas. Primeiro com Dorival Júnior, depois com Diego Aguirre, o meio-campista nunca deixou o posto de unanimidade do meio-campo e ponto de equilíbrio de um time que superou as incertezas para brigar pelo título Brasileiro.