São Paulo pode dar dia perfeito a Jean com aniversário e torcida da família

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UOL

Bruno Grossi e José Eduardo Martins
  • Marcello Zambrana/AGIF

    Jean em ação durante treino do São PauloJean em ação durante treino do São Paulo

Esta sexta-feira (26) marca o início da rodada 31 do Campeonato Brasileiro com o duelo entre Vitória e São Paulo, no Barradão, às 19h30. Mas também é a data do 23º aniversário de vida do goleiro Jean, que assumiu o posto de titular do gol do Tricolor Paulista há duas partidas e terá a sorte de jogar na cidade onde nasceu, próximo de familiares e amigos.

Até ser comprado pelo São Paulo para esta temporada, Jean teve vida toda construída em Salvador. Passou pelas categorias de base do Bahia, chegou ao profissional e se tornou querido pela torcida. No clube, deixou o irmão, também goleiro, que hoje joga pela equipe sub-20 e ainda tem o pai como treinador específico da posição. Jean pai foi o primeiro arqueiro de sucesso da família, com passagens pelo próprio Bahia, pelo rival Vitória e até pelo Corinthians. Agora, conta as horas para voltar a ver de perto o filho mais velho em campo.

“A gente vai ao Barradão. Como joguei nos dois clubes, tenho abertura para poder ir e assistir. Dá para ir escondidinho (risos). Jean tem muitos amigos que querem reencontrá-lo, tem o irmão, as irmãs, a família por parte de mãe… Vamos prestigiá-lo e dar moral, ainda mais por ser aniversário dele. Quero que ele ganhe e se saia bem, principalmente por ser um rival nosso. Que Deus abençoe, que ele tenha muito sucesso na carreira, com muitas vitórias. E que tenha uma família abençoada, que é a base de tudo. O pai ama muito ele e quer que seja feliz como pessoa e como jogador”, desejou Jean pai, em entrevista ao UOL Esporte.

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O mentor do goleiro são-paulino está sorridente. Afinal, viu o filho seguir seus conselhos sobre paciência por uma oportunidade como titular. Em um clube que ainda sente falta de Rogério Ceni, mesmo após quase três anos da aposentadoria do ídolo, essa virtude pode ser essencial. A ordem de Jean agora é para que o filho não deixe a chance passar.

“Sempre falei para ele ter calma. Em uma equipe de ponta como o São Paulo, é preciso ter essa tranquilidade, porque nem sempre as coisas vão acontecer como a gente quer. A oportunidade iria aparecer, e agora ele tem agarrar. Estava treinando bem, passando segurança, mas não pode deixar escapar. Oportunidade é como cavalo selado, só passa uma vez”, avisa.

A família Fernandes de goleiros marcou encontro na concentração do Tricolor em Salvador já para a noite da última quinta-feira. Depois, poderá acompanhar Jean em ação contra o Vitória no Barradão e, quem sabe, um dia de folga no sábado para matar a saudade dos lugares favoritos do arqueiro na capital baiana. Só que antes do lazer, será preciso provar que a escolha do técnico Diego Aguirre foi justa e que a sombra de Ceni não terá o peso que tanto afetou seus antecessores de 2016 para cá.

“Um clube que teve um ídolo como o Rogério nunca vai esquecer. E as comparações vão sempre existir. Mas o Jeanzinho é novo, tem muito pela frente. E eu brinco que um dia ainda vai ter um goleiro fazendo gol em Copa do Mundo. Esse pode ser o diferencial dele, como foi do Rogério. É importante jogar bem com os pés como ele joga, mas também vai precisar pegar muito. Se juntar as duas coisas, sai na frente”, aconselha o pai de Jean.

Na temporada, o camisa 1 vai para o 12º jogo pelo São Paulo. O antigo titular, Sidão, fez 45 partidas. É verdade que a torcida sempre se mostrou desconfiada e crítica ao goleiro indicado por Rogério Ceni no ano passado, mas os números eram consideráveis. Sidão não foi vazado em 12 de suas 27 atuações no Brasileirão e tem a terceira menor média de gols sofridos entre os arqueiros que jogaram pelo menos 19 rodadas.

“Goleiro de time grande precisa ser decisivo. Não pode dar um tiro no alvo e outro no pé. Não adianta só pegar bem na bola, bater falta. Tem que ser regular, tem que aparecer quando requisitado, ser calmo e tranquilo. É uma posição danada, tanto que é a única com treinador específico. Ninguém quer ser goleiro, todos querem ser Neymar. Mas é o goleiro que precisa aparecer quando é requisitado”, alerta o preparador de goleiros do sub-20 do Bahia.