Daniel era zoado por ser “quietinho”, diz ex-companheiro de São Paulo

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UOL

Bruno Braz

  • Marcello Zambrana/AGIF

Atualmente no Vasco, Kelvin foi um dos jogadores que dividiram o vestiário do São Paulo com Daniel, atleta assassinado aos 24 anos no último sábado, em São José dos Pinhais (PR). O atacante conta que o elenco costumava brincar com a personalidade reservada do meia.

“Daniel era um cara super tranquilo, gente boa demais. A gente até o zoava porque ele era quietinho demais, só que, infelizmente, ocorreu essa fatalidade, essa tragédia. Nos pegou de surpresa, porque era um menino muito tranquilo”, disse em entrevista ao UOL Esporte.

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“Vai marcar para sempre porque quando eu cheguei no São Paulo, disputava posição com ele. Conversávamos, brincávamos… É uma coisa que fica marcada, mas infelizmente aconteceu. Vai ficar marcado em nossos corações”, completou o agora vascaíno Kelvin.

O comentário de Kelvin se encaixa nas descrições de timidez que outras pessoas fizeram sobre Daniel. Um dos apelidos que ganhou na carreira foi “Mr. Bean”, por falar pouco e ser fisicamente parecido com o personagem do humor britânico.

A Polícia Civil do Paraná ouviu nesta quarta o depoimento de uma testemunha considerada fundamental para elucidar o caso. Uma pessoa que esteva com Daniel na manhã do crime disse ter presenciado o momento em que ele foi espancado por quatro homens.

De acordo com seu advogado, a testemunha, que pediu proteção policial temendo represália, conheceu o jogador em uma boate de Curitiba onde todos comemoravam o aniversário de um amigo em comum.

À polícia, a pessoa afirmou que a motivação do crime foi ciúme, já que Daniel teria se envolvido com a mulher do homicida. Há imagens que mostram o atleta depois de ter o pênis cortado; a família pede para que as fotos não sejam compartilhadas.