Eventual perda de vaga vai acelerar busca de reforços em posições prioritárias. Conquista de lugar na fase de grupos da Libertadores dará mais tranquilidade no começo do ano
Por Leandro Canônico e Marcelo Hazan — GloboEsporte.com
André Jardine é o novo técnico do São Paulo, que luta para não terminar o ano em crise
A busca do São Paulo por reforços em posições prioritárias será acelerada, caso o time não conquiste uma vaga no G-4 do Brasileirão e não entre direto na fase de grupos da Libertadores de 2019. É isso o que diz o executivo de futebol Raí.
Por outro lado, se o São Paulo entrar no G-4, Raí enxerga mais tranquilidade para o calendário do time na pré-temporada.
Para conquistar a vaga direta, o São Paulo precisa pontuar mais do que o Grêmio na última rodada do Brasileirão.
Executivo de futebol Raí diz o que muda no planejamento do São Paulo com e sem G-4 — Foto: Marcelo Hazan
Os dois times estão empatados com 63 pontos, mas os gremistas têm vantagem no número de vitórias (17 a 16). Os gaúchos enfrentam o Corinthians, na Arena do Grêmio, e o São Paulo pega a Chapecoense, neste domingo, às 17h (de Brasília), na Arena Condá.
– Você vê algumas posições que ficaram claro que precisam de opções. Algumas poucas eu diria. Quando termina em quinto ou sexto, o que é prioridade passa a ser mais curto prazo, mas no geral não dá para fazer milagre. Tem que seguir sua estratégia. Por isso é importante ter essa quarta colocação que dá um pouco mais de tranquilidade. Mas a mudança de uma para outra é muito mais no calendário do que de mudanças bruscas na estratégia – disse Raí.
– Não muda (a montagem do time). (Muda) mais de uma posição que é mais prioritária, mas coisas que estamos vendo há algumas semanas. Estamos estudando. Não estamos começando agora. Mas existe a importância de chegar em quarto lugar. Vamos lutar até o final. É algo que nos deixaria um pouco mais tranquilos no início da temporada. A grande diferença é ter um jogo eliminatório em fevereiro (de 5 a 7 de fevereiro). De qualquer forma, teríamos um mês de preparação (entre a reapresentação no dia 3 de janeiro e um eventual primeiro mata-mata na fase inicial da Libertadores). Com essa base que existe desse ano, essa mistura nos deixa confiante para qualquer desafio – completou Raí.
A mistura citada por Raí é de jogadores experientes, como por exemplo Nenê (37 anos), Diego Souza (33 anos) e Jucilei (30 anos), com mais jovens, casos de Luan (19 anos), Helinho (18 anos) e Liziero (20 anos).
Até o momento, o São Paulo fechou as contratações do lateral-direito Igor Vinicius (por empréstimo) e do lateral-esquerdo Léo Pelé (compra definitiva por cerca de R$ 3 milhões e contrato de quatro anos).
Jardine em 2019
O principal desejo de Raí com Jardine é resgatar o espírito vencedor do São Paulo. O currículo vitorioso do treinador de 39 anos na base foi um dos motivos para a sua escolha.
Jardine ganhou 33 títulos com o Internacional e um estadual sub-20 pelo Grêmio. Na base do São Paulo, Jardine empilhou taças: Copa Ouro, Copa do Brasil (duas vezes), Copa RS (três vezes, sendo que na final de 2016 ele não estava, mas o Tricolor jogou com o time reserva montado por Jardine), Libertadores sub-20 e Paulista sub-20.
No total pelo São Paulo, Jardine disputou oito finais, ganhou sete títulos e chegou em outras duas semifinais. A única derrota em uma decisão foi na Copa São Paulo de Futebol Júnior deste ano diante do Flamengo, em partida amplamente dominada pelo Tricolor.
André Jardine e Raí: executivo explica efetivação de técnico no São Paulo para 2019 — Foto: Angelo Martins / saopaulofc.net
– Sempre mostrou essa característica: competidor, gostar de ganhar, buscar desafios e ser ambicioso. Aqui no São Paulo não foi diferente. Foi isso que o trouxe para a Barra Funda. São esses valores e essas qualidades dele. Obviamente baseado no que ele fazia com esses grupos, a maneira de treinar, a maneira de atuar. Agressivo! É um treinador que é vencedor, ambicioso, mas sempre bastante agressivo. Isso ele constrói no dia a dia. Baseado nisso é que a gente tem convicção da escolha – disse Raí.
Ao citar diferentes épocas vitoriosas da história do São Paulo, Raí afirmou que o torcedor se identifica mais com times agressivos, que propõem o jogo e buscam um futebol bonito. A proposta de modelo de jogo de Jardine é justamente essa.
No empate sem gols contra o Sport, por exemplo, o São Paulo teve 76% de posse e 18 finalizações, entre as quais houve bola na trave e pênalti desperdiçado por Nenê.
Para 2019, Jardine provavelmente terá dois auxiliares na sua comissão técnica. Paralelamente a isso, o São Paulo investe no seu departamento de análise de desempenho.
André Jardine é o técnico do São Paulo para 2019 — Foto: Flavio Florido/BP Filmes