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- GUILHERME RODRIGUES/ESTADÃO CONTEÚDO
Rodrigo Caio em ação contra o América-MG; jogador pode deixar o São Paulo
Como sempre acontece nos últimos anos em fim de temporada, Rodrigo Caio é um dos jogadores mais cotados do São Paulo para entrar no mercado da bola. Desta vez, porém, tanto os dirigentes do Morumbi quanto as pessoas próximas ao zagueiro acham difícil a permanência dele no clube em 2019. Segundo apurou o UOL Esporte, o empresário Nick Arcuri já conversou com os integrantes do departamento de futebol do Tricolor e está na Europa para discutir ofertas.
Até agora, o defensor foi sondado pelos italianos do Milan e da Roma. No entanto, não há ainda uma proposta formal na mesa. A meta é conseguir um clube de primeira linha no mercado europeu. O São Paulo também precisa reforçar o seu caixa e, por isso, espera receber uma boa oferta para a compra em definitivo.
Como o desejo do jogador, de 25 anos, é de respirar outros ares, também não está descartada pelo estafe do zagueiro a possibilidade de um empréstimo. Também por conta dessa disposição de viver uma nova experiência, podem ser avaliadas propostas de clubes brasileiros caso não apareça algo mais interessante no exterior.
Pelo lado do São Paulo, ainda há a possibilidade de barganhar o valor da rescisão contratual. Em 2017, o Zenit chegou a fazer uma proposta para o defensor, mas o clube bateu o pé para receber 18 milhões de euros, e Rodrigo Caio, na época mais valorizado e com status de jogador de seleção brasileira, ficou no Morumbi.
A diretoria do Tricolor se mostrou disposta a ajudar na negociação. O executivo de futebol, Raí, mantém bom relacionamento com o ex-jogador e hoje também dirigente do Milan, Leonardo, e conversou sobre as qualidades do zagueiro. O clube italiano precisa de um jogador para o setor, e o brasileiro tem o passaporte europeu, o que facilitaria a transferência.
Críticas para Diego Aguirre e compreensão tricolor
Em entrevista ao programa “No Ar com André Henning”, do “Esporte Interativo”, Rodrigo Caio revelou ter perdido um pouco de sua paixão pelo São Paulo e uma rusga com o treinador Diego Aguirre, que dirigiu o time profissional entre março e novembro deste ano.
“Eu perdi muito dessa paixão. Acho que é normal quando você joga no seu time, mas também por tudo o que aconteceu. Isso é nítido. Eu vejo pelo meu pai. Se eu sou roxo, ele é o extremo, e ele não é (mais tão são-paulino). Eu vejo no olho dele. Às vezes a gente está falando do São Paulo e ele muda de assunto. Perdi um pouco por tudo o que passei, mas sempre vou amar e torcer pelo São Paulo. Se o culpado sou eu, no dia que eu sair espero que ganhe muitos títulos”, disse o zagueiro, que criticou Aguirre.
“Ele não dava abertura, é um cara fechado. O cara não vinha falar comigo. Nos três meses que fiquei na fisioterapia, o cara nunca foi lá perguntar como eu estava. Fiquei sem entender. Quando você monta um time para ser campeão, você tem que dar atenção para todos. Essa é a diferença dos treinadores de alto nível, é a gestão. Eu não via isso. Falo por mim, mas do que vi dos outros também.”
Segundo apurou o UOL Esporte, o São Paulo encarou com naturalidade as declarações do jogador. O zagueiro apenas expôs a sua opinião e não sofrerá qualquer repreensão pela entrevista.