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Felipe Ruiz
Uruguaio afirma que volta do volante preenche vazio de liderança no elenco.
Poucas pessoas pessoas falam com tamanha propriedade sobre São Paulo como Diego Lugano, atual superintendente de relações institucionais do clube.
Ídolo no São Paulo, onde foi multicampeão como jogador, Lugano conversou por mais de meia hora com o GloboEsporte.com. No bate-papo, enalteceu aquele que, na sua visão, é capaz de arrumar um vestiário sem dizer uma palavra sequer:
– O Hernanes não deveria ter saído do São Paulo. Com a chegada do Profeta, o São Paulo traz um ídolo, um campeão, um ganhador e um líder – disse o ex-zagueiro sobre o volante, que retorna ao clube após passagem pela China.
Lugano hoje é superintendente do São Paulo — Foto: Felipe Ruiz
– É muito difícil hoje no futebol ter um jogador que se identifique com o seu time, que arrume o vestiário com a mera presença. Sem nem sequer falar. Um pouco o que viveu com Rogério Ceni, depois com a minha continuidade. E talvez, na minha opinião, o grande vazio do ano passado foi esse: não ter uma referência – completou Lugano.
Já sobre a chegada de Vagner Mancini, que será o coordenador técnico do São Paulo, Lugano destaca a importância do veterano no suporte ao jovem treinador André Jardine, efetivado para a temporada.
– Eu não conheço pessoalmente o Mancini, mas o futebol é pequeno e todo mundo tem referência de todo mundo. Um cara vivido, um perfil e um nível da característica do São Paulo. Vai complementar muito bem o André Jardine, porque talvez o André ainda precise de alguém no dia a dia para dar respaldo a ele. Acho que o Raí completou um grupo de trabalho, uma mistura de experiência com novas ideias.
Veja outras respostas de Lugano sobre sua história no Tricolor e a expectativa para a Libertadores 2019:
Gratidão ao São Paulo
–
O São Paulo me deu a oportunidade de chegar à seleção e depois até à
Europa. O São Paulo é o time que eu mais devo na minha carreira. Isso
sem dúvida. Vou ser sempre muito grato. Hoje o que eu tenho eu dou para a
instituição. É o mais justo e o que eu sinto.
Desconfiança na volta ao clube
–
Meses depois da minha chegada arrumaram para eu ir embora do São Paulo
para um time da Argentina. Eu lembro. Ai eu falei que não. Disse que não
iria mais, que eu estava p… mesmo e que iria ficar aqui. Porque
estavam sendo injustos, estavam sendo ignorantes e eu estava sendo
maltratado naquele momento. Então, por um pouco de raiva, um pouco de
amor próprio, eu decidi ficar e acabou dando toda a história que deu.
Lugano visita Morumbi para série do Globo Esporte SP — Foto: Felipe Ruiz
A Libertadores
–
Todo jogo de Libertadores no São Paulo é especial. A prévia, a saída do
CT… Todo jogo, desde 2004. E até 2016, quando jogamos semifinal
contra o Atlético de Medellín. Cada jogo é diferente. Você vive, respira
aquilo. Um ar, uma alegria, um desafio diferente. Isso aí todos os
são-paulinos sentem, e nós jogadores também sentimos. E não é pressão, é
desafio. É se sentir num palco máximo para entrar para a história do
clube. E eu acho que esse ano não será diferente.
Em janeiro, o Globo Esporte SP exibirá uma série sobre os “ídolos de gravata”. São jogadores que fizeram história nos quatro grandes de São Paulo e viraram dirigentes após o final de suas carreiras. Além de Lugano, no São Paulo, serão representados Emerson Sheik, no Corinthians, Zé Roberto, no Palmeiras, e Renato, no Santos.