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Gabriel dos Santos e Marcelo Hazan
Peixe muda completamente estilo de jogo sob comando de Sampaoli e se reforça com gringos; Tricolor aposta em Jardine e recheia elenco de estrelas.
Santos e São Paulo fazem o primeiro clássico do Campeonato Paulista neste domingo, às 17h (de Brasília), no Pacaembu, em duelo válido pela terceira rodada do estadual. A última vez que Peixe e Tricolor se enfrentaram foi há pouco mais de quatro meses, quando empataram sem gols na Vila Belmiro.
Desde então, Santos e São Paulo, as únicas equipes com 100% de aproveitamento no Paulistão, se reformularam, trocaram de comando e começaram a temporada em alta.
Abaixo, o GloboEsporte.com mostra o que mudou em Santos e São Paulo desde o 0 a 0 do dia 16 de setembro do ano passado.
Santos: Sampaoli, gringos e posse de bola
Em 2019, o espanhol é o idioma predominante no Santos. A começar pelo técnico, Jorge Sampaoli. O argentino assumiu a vaga deixada por Cuca, que se afastou do Peixe ao fim da última temporada por conta de problemas cardíacos, além de desentendimentos com o presidente José Carlos Peres.
Sampaoli chegou e alterou completamente o estilo de jogo do Santos. Como o treinador bem disse após a goleada por 4 a 0 contra o São Bento, na última quinta-feira, o objetivo do Peixe é estar convencido de que pode ser protagonista nas partidas independentemente do adversário.
O Santos de Sampaoli joga com intensidade, quase sempre no campo de ataque, e tem a posse de bola como total obsessão. Além disso, o argentino testa cada vez mais variações táticas e é comum ver o mesmo jogador fazendo inúmeras funções durante a mesma partida.
Sampaoli dá sua cara para o Santos, que já mostra nítida evolução — Foto: Marcos Ribolli
Com Cuca, o Santos também tinha estilo ofensivo, mas não fazia tanta questão de manter a bola nos pés. Muitas vezes o contra-ataque era uma alternativa com o antigo treinador.
Além do comando, muita coisa mudou no time que enfrentou o São Paulo pela última vez.
A escalação do Peixe no último San-São foi: Vanderlei; Victor Ferraz, Robson Bambu, Gustavo Henrique e Dodô; Alison, Diego Pituca e Carlos Sánchez (Bruno Henrique); Derlis González (Felippe Cardoso), Gabigol e Rodrygo (Arthur Gomes).
Desse time, Robson Bambu, Dodô, Bruno Henrique e Gabigol deixaram o clube, e Rodrygo não estará à disposição por defender a seleção brasileira sub-20 no Sul-Americano.
Os reforços contratados para 2019 (Soteldo, Felipe Aguilar e Everson) já estarão à disposição de Sampaoli, que deve escalar o Peixe com: Vanderlei; Victor Ferraz, Luiz Felipe, Gustavo Henrique e Orinho; Alison, Diego Pituca, Carlos Sánchez e Jean Mota; Derlis González e Soteldo.
Soteldo deve ser uma das novidades no time titular do Santos no San-São — Foto: Marcos Ribolli
São Paulo: quebra de estilo, contratações e aposta da casa
O São Paulo optou por mudar radicalmente seu modelo de jogo com a troca do uruguaio Diego Aguirre por André Jardine, treinador vitorioso nas categorias de base.
Postulante ao título do Brasileirão de 2018, o Tricolor era um time reativo: decidia o jogo nos contra-ataques e não tinha problema em ceder a bola ao rival. Os destaques ofensivos da equipe eram Everton, Diego Souza (artilheiro, com 16 gols) e Nenê (vice, com 12 bolas na rede).
André Jardine é o técnico do São Paulo para 2019 — Foto: Érico Leonan/saopaulofc.net
Em 2019, a aposta da casa André Jardine prioriza propor o jogo e agredir os adversários. Assim como o rival Santos, o São Paulo quer dominar os adversários por meio da posse de bola.
A clara diferença no início de uma temporada para a outra se dá no número de gols:
- 2018: dois jogos (São Bento e Novorizontino) e nenhum gol, sob o comando de Dorival Júnior, demitido em março.
- 2019: dois jogos (Mirassol e Novorizontino) e sete gols, com André Jardine.
Em relação ao último clássico San-São, o Tricolor teve mudanças além do treinador. O elenco ganhou sete contratações: Igor Vinicius, Léo, Tiago Volpi, Hernanes, Pablo, Willian Farias e Biro Biro. Hernanes, no entanto, será poupado do clássico, pois segue uma programação especial de treinos.
Hernanes é novidade no São Paulo, mas não joga clássico — Foto: Érico Leonan/saopaulofc.net
A escalação são-paulina foi a seguinte naquele clássico de setembro de 2018: Sidão; Arboleda, Bruno Alves, Anderson Martins e Reinaldo; Jucilei, Hudson e Nenê; Rojas (Everton Felipe), Diego Souza (Tréllez) e Everton (Liziero).
Dessa equipe, Sidão (Goiás) e Tréllez (Internacional) saíram. Rojas, por sua vez, está lesionado. Jardine promove rodízio no elenco e não revela a equipe titular, mas sinalizou que poderá voltar a usar Arboleda e Jucilei, poupados contra o Novorizontino. Assim, uma possível escalação é a seguinte:
Tiago Volpi; Bruno Peres, Arboleda, Bruno Alves (Anderson Martins) e Reinaldo; Jucilei (Liziero), Hudson e Nenê; Everton, Helinho (Diego Souza) e Pablo.