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Após a derrota por 2 a 0 para o argentino Talleres, o diretor-executivo de futebol Raí assegurou a permanência de André Jardine no cargo de técnico do São Paulo. Apesar do respaldo, a desconfiança sobre a capacidade da diretoria em cumprir com o que foi falado é grande por parte da torcida.
Há uma justificativa para isso. Nos últimos anos, o clube presidido por Carlos Augusto de Barros e Silva foi recorrente na prática de demitir treinadores pouco tempo depois de bancá-los no cargo. Foi assim com os antecessores mais recentes de André Jardine.
Diego Aguirre, por exemplo, foi desligado no dia 11 de novembro de 2018, menos de um mês depois de Raí garantir a sequência do uruguaio no comando do Tricolor, apesar dos maus resultados que distanciavam a equipe da briga pelo título do Campeonato Brasileiro.
“O trabalho do Aguirre… os resultados falam. Não os resultados imediatos, mas desde que ele chegou aqui. Onde ele pegou o time, onde o time estava e aonde chegou. Isto [a demissão] não está nem em pauta. A gente acredita muito no trabalho dele”, disse Raí, no dia 16 de outubro.
Em discurso parecido, Raí deu um voto de confiança para Dorival Júnior ao tomar posse do cargo de diretor de futebol do São Paulo, em 8 de dezembro de 2017. “Acredito muito no trabalho do Dorival, estou muito confiante de que possa fazer um grande trabalho em 2018”, afirmou, na ocasião.
O treinador havia terminado 2017 sob desconfiança, mas ganhou fôlego com o então novo dirigente. Em fevereiro, com o Campeonato Paulista já em andamento, Raí trabalhou nos bastidores a favor de Dorival, pressionado pelos maus resultados de início de temporada. De nada adiantou, já que no dia 9 de março, o técnico foi demitido após derrota para o Palmeiras, no Allianz Parque.
Nem o ídolo Rogério Ceni escapou do roteiro. Após a eliminação para o argentino Defensa y Justicia na Copa Sul-Americana, em 11 de maio de 2017, o então diretor de futebol Vinicius Pinotti bancou o ex-goleiro. “São quatro meses trabalhando só. A diretoria do São Paulo acredita na continuidade, a gente reconhece que os resultados não foram os esperados, mas a gente continua acreditando no trabalho, no dia a dia. O dia a dia do Rogério é muito bom, ele tem um plano de trabalho diferente. Vamos continuar”, disse o ex-dirigente, à época.
No dia 3 de julho, menos de dois meses depois da declaração de Pinotti, o São Paulo optou por demitir Rogério Ceni. Na ocasião, a equipe havia perdido para o Flamengo e entrado na zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro.