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José Victor Ligero
“É! Arboleda! É! Arboleda!”. O nome que ecoou no Estádio Nabi Abi Chedid no último domingo e no Morumbi em plena eliminação na Copa Libertadores pertence a um dos únicos jogadores do São Paulo que escapam das críticas neste caótico início de temporada.
Ao se deparar com a reportagem da Gazeta Esportiva para uma entrevista exclusiva, o zagueiro não escondeu o cansaço após um treino puxado na última quarta-feira, mas não demorou muito a abrir o semblante e sorrir.
Afinal, o equatoriano vive uma de suas melhores fases com a camisa tricolor. Ao marcar o segundo gol do São Paulo na vitória por 2 a 0 sobre o Bragantino, o carismático jogador teve o nome cantado em alto e bom som pela torcida, da qual ainda não se considera ídolo.
“É o que eu sempre falo: só se vira ídolo quando se ganha títulos. Meu trabalho está saindo da melhor maneira, está sendo bom. Ainda não me sinto ídolo, me sinto um trabalhador a mais. Quero ter a oportunidade de conseguir um título, virar ídolo e referência no São Paulo”, contou o camisa 5.
Contratado junto ao Universidad Católica-EQU em julho de 2017, Robert Arboleda já passou por momentos delicados nesta trajetória pelo clube paulista. Foi o caso da desesperada briga contra o rebaixamento no Campeonato Brasileiro daquele ano, algo que fez o defensor cogitar o retorno ao seu país natal.
“Quando eu cheguei aqui, tudo estava difícil. Chegou um momento em que: ‘Pô, quero voltar para o Equador’. Mas a força, a vontade e a ajuda da minha família, dos meus companheiros e das pessoas boas aqui do clube me levantaram para seguir no São Paulo”, relatou.
Aos 27 anos, Arboleda acumula 74 partidas e cinco gols pelo Tricolor do Morumbi. Na temporada passada, o equatoriano entrou na mira do futebol europeu, mas se manteve com a ambição de escrever sua história no clube que aprendeu a amar.
“Desde o primeiro minuto que cheguei aqui, falei que eu ia fazer tudo da melhor maneira, construir meu nome aqui e, graças a Deus, estou conseguindo. A única coisa que ainda não consegui é um título, o qual me dará a tranquilidade de que meu trabalho foi bom aqui no São Paulo”, disse.
Abaixo, veja outros trechos da entrevista:
REFERÊNCIAS DE CUCA
A gente ainda não fala com ele. Mas pelo que conheço é um cara que gosta
do trabalho sério, gosta do jogador que não briga dentro do campo de
jogo, que gosta de futebol. Espero que a gente consiga encaixar o que
ele quer, poder trabalhar da mesma maneira com ele, ganhar títulos.
Agora, com o professor [Vagner] Mancini, a gente mais ou menos sabe o
que o Cuca quer.
O QUE MUDA COM A TROCA DE TÉCNICOS?
Quando sai um técnico, a maioria dos jogadores sente muito. O professor
[André] Jardine era muito gente boa, um cara que sabe muito de futebol.
Lamentavelmente, a passagem no São Paulo não foi boa para ele. Mas a
gente tirou coisas boas dele, aprendemos muito. Agora que está vindo o
novo treinador, espero que a gente possa se adaptar ao que ele quer.COPA AMÉRICA
Creio que seja o grupo mais difícil da Copa América [a chave também é
integrada por Chile, Uruguai e Japão]. O Equador tem uma seleção boa,
com bons jogadores. A gente acredita que vai brigar pela classificação e
conseguir pela primeira vez uma Copa América. Eu, como jogador que
trabalha no Brasil, preciso e vou ser muito mais feliz se conseguir o
título.
EQUADOR NÃO JOGARÁ NO MORUMBI
É uma pena, é minha casa (risos). Mas estou feliz se tiver a
oportunidade de disputar a Copa América e esperamos conseguir um título.