Às vésperas do adeus de Ceni, organizada prevê bandeirão para Juvenal

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gazetaesportiva.net

Theo Chacon

A principal organizada do São Paulo prestará homenagem a Juvenal Juvêncio nesta sexta (foto: Djalma Vassão/Gazeta Press)
A organizada do São Paulo prestará homenagem a Juvenal Juvêncio nesta sexta (foto: Djalma Vassão/Gazeta Press)

Em meio à atmosfera de luto no enterro de Juvenal Juvêncio, acontecido na última quinta, em São Paulo, um grupo de torcedores da Independente – maior torcida organizada do clube -, trajado com vestes tricolores, destoou dos demais e até puxou o hino do São Paulo durante a cerimônia. A organizada planeja, segundo um de seus porta-vozes, fazer homenagens ao ex-presidente durante a despedida de Rogério Ceni e já prevê até um bandeirão.

Sócio fundador da torcida, que já acumula 43 anos de existência, Danilo Zamboni fez questão de comparecer ao Cemitério do Morumby para se despedir de Juvenal, o segundo presidente mais vitorioso da história do São Paulo. Admitindo estar surpreso com a notícia desagradável, o torcedor lamentou a falta de tempo para uma homenagem mais elaborada, mas faz planos para o futuro.

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“Na festa do Rogério Ceni a torcida fará uma grande homenagem. A gente vai cantar o nome do Juvenal, o nome do Rogério, o maior jogador da história do São Paulo. Estaremos com as bandeiras lá porque será um evento praticamente privado, sem outra torcida. Vamos pensar em alguma coisa em um futuro próximo para fazer um bandeirão em homenagem a ele, um homem vitorioso”, garantiu à Gazeta Esportiva.

Afirmando certa chateação com a crise política que acometeu o clube nos últimos tempos, o líder da organizada mostrou gratidão pela figura de Juvenal Juvêncio e, ao contar sobre a relação com o falecido dirigente, fez questão de negar qualquer tipo de troca de favor na relação, reforçando a interação natural entre torcida e diretoria à época da gestão do ex-presidente.

“Sempre teve um relacionamento cordial, mas nunca foi muito próximo. Nos três mandatos dele no São Paulo (os mais recentes), nunca recebeu institucionalmente a Torcida Independente dentro do clube. Ele sempre se manteve um pouco à distância. Muita gente pensa que ele era próximo, mas ele não era próximo da Independente e das outras torcidas organizadas. Mas ele sempre foi uma pessoa que deixou o diálogo aberto, ele nunca fechou as portas para a gente e isso é muito importante”, explicou.

Fazendo alusões a Marcelo Portugal Gouveia, presidente que conquistou a Libertadores e o Mundial em 2005, e a José Eduardo Mesquita Pimenta, maior vencedor de títulos como presidente do São Paulo, atuando nos anos 90, um dos primeiros sócios da Independente sempre se manteve antenado ao clube, já que defende que a torcida, como parte integrante desse ambiente, deve participar.

Diante disso, entende que Juvenal foi, por muitas vezes, injustiçado dentro do clube. “Ele foi um presidente vitorioso que honrou as tradições do São Paulo. Um homem que até o final foi injustiçado. Na vida, aqueles que têm atitudes pujantes muitas vezes não são compreendidos. Ele era um cara que amava o São Paulo, a vida dele era o São Paulo. Ele fez o São Paulo ser respeitado e muitas vezes foi feito um trabalho negativo contra a pessoa dele por ele sempre defender o clube”, comentou.

Garantindo que é membro da torcida há 43 anos e nunca agrediu ninguém, Zamboni acredita que o real papel da torcida é atuar junto com o time ora incentivando ora cobrando. “Sempre defendi o ideal da torcida que é apoiar o clube e também cobrar quando é preciso, porque ela não deixa de ser um órgão fiscalizador. A gente fica triste porque vê tanta coisa errada e sempre cai nas costas da organizada”, ponderou.