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Garotos mostraram personalidade mais uma vez e fizeram as melhores jogadas da equipe, seja com os dribles de Antony ou tabelas rápidas, mas não foram tantas chances claras
Antony foi o melhor do São Paulo no clássico – FOTO: EDUARDO CARMIM/PHOTO PREMIUM/LANCEPRESS!
São Paulo e Palmeiras abriram a semifinal do Paulistão com um jogo bom e equilibrado no Morumbi neste sábado. O empate sem gols não é o melhor dos resultados para o Tricolor, que decidirá a vaga no Allianz Parque, onde nunca ganhou, mas o comportamento da equipe confirmou que o momento é de ascensão.
Cheio de meninos recém-saídos do sub-20, o São Paulo bateu de frente com o atual campeão brasileiro, que talvez seja o dono do melhor e mais tarimbado elenco do futebol no país. Para efeito de comparação, os últimos cinco clássicos entre esses dois clubes haviam acabado com vitórias alviverdes. Na primeira fase do Estadual, os tricolores perderam para os três rivais…
Antony, mais uma vez, foi o melhor são-paulino em campo. Felipe Melo e Victor Luis tiveram muita dificuldade para achá-lo, e praticamente todas as jogadas de perigo do time tiveram sua participação. Além dos dribles e da velocidade, o atacante de 19 anos foi protagonista de tabelas inteligentes que envolveram a defesa adversária e colaborou bastante para o bom primeiro tempo que Hudson, improvisado como lateral-direito, fez ofensivamente.
Liziero também foi muito bem. O garoto cuida do meio de campo como se fosse um veterano e faz o time andar com passes inteligentes e para a frente. Igor Gomes foi outro que não se escondeu. Nenê, que o substituiu, não jogou mais do que ele.
O lado esquerdo do ataque são-paulino, que contou com o apoio constante de Reinaldo e Liziero, não foi tão perigoso quanto o direito. Everton Felipe se movimentou bem e participou do jogo, mas concluiu mal algumas jogadas de um contra um. Everton entrou e não elevou o nível.
O que faltou ao São Paulo – e também ao Palmeiras – foi furar a última linha de defesa para finalizar. As melhores chances dos mandantes foram com Pablo, em um chute de fora da área e uma cabeçada na trave, ambos depois de boas tramas pelo chão. O Palmeiras também teve duas boas ocasiões, ambas em chutes de Dudu – um na trave e outro defendido por Volpi.
A qualidade e o ímpeto de Dudu, aliás, ocasionaram o único momento de descontrole da equipe. Foi da metade para o fim do primeiro tempo, quando os homens de frente palmeirenses começaram a se aproximar e trocar passes, quase sempre com a participação do camisa 7. O pênalti bem anulado pela arbitragem poderia gerar uma desvantagem que talvez fosse justa ao Tricolor por aquele momento do jogo, mas não pelo que foi a partida como um todo.
Se as duas equipes repetirem o nível de atuação deste sábado no domingo que vem, a partir das 16h, no Allianz Parque, o classificado para a decisão será decidido no detalhe. O desafio do São Paulo será não se acanhar diante da pressão exercida pela arena do rival, algo que sempre aconteceu quando jogou lá. A julgar pela maturidade demonstrada pelos garotos, não é de se imaginar que eles vão se intimidar.