Como Jean ajudou Volpi nos pênaltis e minimizou fama de “fominha”

UOL

Bruno Grossi

O protagonismo, obviamente, foi de Tiago Volpi na classificação do São Paulo nos pênaltis contra o Palmeiras, na semifinal do Campeonato Paulista. Mas houve espaço também para Jean mostrar seu valor. O goleiro reserva trocou as atitudes individualistas que o afastaram do elenco nas últimas semanas por um espírito coletivo e competitivo para ajudar Volpi na tarde de ontem.

As imagens da transmissão do Premiere mostraram os dois arqueiros tricolores conversando minutos antes da disputa de pênaltis no Allianz Parque. Em mãos, um papel com informações levantadas pelos analistas de desempenho sobre os possíveis batedores do Palmeiras. Um documento importante, que foi lido com afinco antes mesmo da partida e que só chegou ao gramado após o fim do tempo normal graças ao esforço de Jean.

O camisa 1 era um dos mais pilhados no banco de reservas. Aqueceu ao lado dos jogadores de linha, sempre gritando para motivá-los e incentivando quem estava em campo. Quando acabou o jogo, imediatamente saiu correndo na direção oposta ao resto do time, que se concentrava no gramado para alongar e definir os batedores. Jean precisou trombar e desviar de fiscais e repórteres e usou passagem alternativa para chegar aos vestiários.

Lá, pegou de volta o papel que continha as informações sobre os cobradores palmeirenses e rapidamente retornou ao campo. Abraçado a Volpi, repassou cada detalhe. Depois, ficou novamente com os reservas e a comissão técnica, mas sem desgrudar o olho do companheiro de posição. Quando Luan foi para a bola, na quarta cobrança alviverde, chegou a fazer um gesto de que a disputa acabaria ali.

Luan acabou vencendo Volpi, mas duas cobranças depois Jean pôde enfim comemorar. Correu pelo gramado, tirou a camisa, abraçou Volpi com ímpeto. A dedicação, mesmo na reserva, foi exaltada por todos no São Paulo ainda no Allianz Parque. E Volpi fez questão de citá-lo em todas as entrevistas que concedeu desde o fim da partida, inclusive hoje, para o SporTV.

“Cabe destacar o companheirismo. Isso mostra que todos querem ganhar, independentemente se você está jogando ou não. Agradecer todo o pessoal do suporte de análise de desempenho, o Jean que pegou o papel para a gente dar a última estudada. Acho que tudo é válido”, exaltou Tiago Volpi.

Há 20 dias, Jean estava em cenário completamento oposto. Não gostou de ser cobrado por Vagner Mancini, então técnico interino do São Paulo, justamente por um episódio em clássico contra o Palmeiras, na fase de grupos do Paulistão. O goleiro saíra mais cedo do vestiário do Pacaembu, antes mesmo da conversa e da oração pós-jogo. Irritado por levar uma dura sendo reserva, não quis treinar, foi multado, afastado e ainda acusou Mancini de injustiça e birra pessoal.

Jean só foi reintegrado na semana passada, depois de pedir desculpas nas redes sociais e diante de todo o elenco. Cuca fez questão de que o goleiro e Mancini se abraçassem no CT da Barra Funda e já relacionou Jean para o jogo de volta da semifinal contra o Palmeiras. No período de afastamento, os garotos Júnior, Lucas Paes e Thiago Couto chegaram a ser relacionados.