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José Victor Ligero
No dia 16 de março, o São Paulo perdia por 1 a 0 para o Palmeiras, no Pacaembu, e se afundava numa crise que não parecia ter fim. Diretoria, elenco e comissão técnica eram maciçamente vaiados pela torcida, e os protestos faziam parte da rotina tricolor.
Menos de um mês depois, o cenário é totalmente diferente: o São Paulo fez as pazes com a torcida, o novo técnico chegou, e o time conquistou a sonhada vaga na final do Campeonato Paulista com uma classificação épica no temido Allianz Parque, onde residia boa parte de seus pesadelos.
O início da reação coincidiu com uma série de fatores. Abaixo, a Gazeta Esportiva lista alguns deles.PUBLICIDADE
CHANCE A GAROTOS
Com os medalhões Nenê e Hernanes lesionados, o então técnico interino Vagner Mancini não hesitou em utilizar as crias de Cotia. Liziero e Igor Gomes entraram no time para fazer companhia a Luan, titular na vaga do experiente Jucilei.
MAIOR MOBILIDADE
Capitão na ausência de Hernanes, Hudson foi deslocado para a lateral direita no lugar de Igor Vinícius. As mudanças surtiram efeito logo no primeiro teste. No jogo de ida das quartas de final do Paulistão, com um time mais móvel, Igor Gomes marcou duas vezes na vitória por 2 a 1 sobre o Ituano, no Morumbi. Na volta, com uma atuação segura, o Tricolor venceu por 1 a 0, com gol de Liziero.
CLIMA FAVORÁVEL
As vitórias, aliadas à boa atuação da equipe, mudaram o clima no clube e aumentaram a confiança para os confrontos com o Palmeiras nas semifinais. A contratação de Alexandre Pato também animou a torcida, que aderiu à ideia da ascensão dos garotos.
“O primeiro passo do Mancini foi resgatar a confiança do elenco. A gente sabia que não estávamos fazendo grandes jogos, mas ele pediu para acreditar e confiar, que uma hora ia mudar. Acredito que no time do Mancini já tinham algumas coisas do Cuca, porque eles estavam conversando bastante”, disse o zagueiro Bruno Alves.
CUCA
No último jogo de Mancini como interino, o São Paulo jogou de igual para igual com o rival e empatou sem gols no Morumbi, resultado que lhe manteve vivo para o duelo de volta. Na segunda-feira seguinte, Cuca iniciou sua segunda passagem pelo Tricolor e tratou de passar tranquilidade para seus jogadores.UNIÃO
Após a vitória nos pênaltis em plena arena alviverde, os jogadores celebraram a mescla entre juventude e experiência no elenco tricolor. Nenê, por exemplo, entrou no segundo tempo e ajudou os mais jovens a segurar a pressão do adversário. Também ressaltaram a importância de Cuca, que, mesmo em pouco tempo, conseguiu injetar ainda mais confiança no elenco.
“O Cuca chegou e na primeira conversa deixou todo mundo leve, trazendo mais confiança ainda, falando que era possível classificar, que ele conhecia o outro lado e sabia os pontos fracos. Então a gente pôde usar isso bastante a nosso favor e deu tudo certo”, completou Bruno Alves.