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Carlos Augusto Ferrari
Tricolor faz boa partida no primeiro tempo com mudança tática no ataque. Time, porém, caiu muito de rendimento no segundo tempo.
Cuca, aos poucos, começa a encontrar um caminho para o São Paulo. Depois de uma discreta atuação na estreia contra o Botafogo, Alexandre Pato teve um novo posicionamento na vitória por 2 a 1 sobre o Goiás, subiu de produção e ganhou um possível novo companheiro de ataque: o garoto Toró.
Antes da partida no Serra Dourada, pela segunda rodada do Brasileirão, Cuca revelou em entrevista na beirada do gramado que o plano de jogo era tentar encaixar o estilo de de um atacante mais técnico (Pato) com outro de velocidade (Toró). E funcionou.
Escalado no lugar de Igor Gomes, Toró foi posicionado pelo treinador quase como um centroavante, mas tendo liberdade para se movimentar e abrir a marcação. Pato, assim, passou a jogar atrás do “camisa 9”, justamente onde o Goiás deixou um buraco. Veja o desenho tático abaixo:
Formação do São Paulo contra o Goiás — Foto: GloboEsporte.com
O posicionamento mais recuado permitiu que Alexandre Pato rodasse pelo ataque e entrasse na área frequentemente. O São Paulo cresceu na partida quando insistiu nos lances pelos lados do campo. Foi assim que, aos 31 minutos, Pato aproveitou boa jogada de Antony e Igor Vinícius pela direita para marcar o primeiro gol dele no retorno ao Tricolor.
A movimentação no setor também deu a Toró o espaço necessário para aumentar a vantagem, aos 34. O garoto de 19 anos recebeu a bola na esquerda, avançou em velocidade pelo meio e acertou um lindo chute sem chances de defesa para Tadeu.
Cuca conseguiu também fortalecer as duplas nas beiradas. Pela direita, Antony ganhou companhia frequente de Igor Vinícius com ultrapassagens até a linha de fundo. Na esquerda, Everton e Reinaldo foram mais discretos.
Mas o São Paulo também cometeu erros que quase impediram a vitória. Apesar da vantagem, o time foi surpreendido com um contra-ataque puxado por Michael (em posição legal confirmada pelo VAR) pela esquerda. Volpi cortou o cruzamento em cima de Anderson Martins, e Leandro Barcia descontou.
O alerta também pode ser ligado com a oscilação da equipe. O São Paulo do segundo tempo foi bastante diferente do primeiro. O Goiás, claro, avançou o time para tentar o empate, passou a trocar passes com mais agilidade e a assustar.
Pato festeja o primeiro gol do São Paulo — Foto: Rubens Chiri / sãopaulofc.net
A saída de Arboleda por lesão no fim do primeiro tempo ajudou a aumentar a dramaticidade da etapa final. Sem o equatoriano, o São Paulo mostrou dificuldade sobretudo nos lances pelo alto, cada vez mais constantes no ataque esmeraldino após a entrada de Júnior Brandão.
O Tricolor teve uma nítida queda física com o passar do tempo. O time deixou de segurar a bola no campo de ataque. As entradas de Hernanes e Brenner não alteraram o comportamento.
Cuca tem razão ao reclamar na entrevista coletiva. O São Paulo, vencendo por 2 a 1, sofreu um contra-ataque nos acréscimos. Igor Vinícius foi obrigado a derrubar Júnior Brandão antes que ele invadisse a área, possivelmente para empatar, e recebeu cartão vermelho. Por sorte, Marcelo Hermes errou a cobrança de falta.
Toró festeja o segundo gol do São Paulo — Foto: André Borges / Estadão Conteúdo
O saldo, porém, é positivo. O São Paulo venceu os dois jogos que fez e lidera o Brasileirão. No domingo, tem seu maior teste, contra o Flamengo, às 16h, no Morumbi.
– Em um campeonato de regularidade, você não pode pensar em ganhar jogos. Você tem de jogar. Muitas vezes, o resultado vai vir, mas o jogo não. Se você ganha sofrido, no entusiasmo, não vai ganhar um campeonato assim. A gente busca regularidade. Estamos evoluindo – afirmou.