Herói do São Paulo no Mundial tem vida reclusa na Alemanha por ‘projeto de família’

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ESPN.com.br

Gustavo Setti, José Edgar de Matos e Patrick Mesquita

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Mineiro comemora com Amoroso o gol no Mundial de 2005
Mineiro comemora com Amoroso o gol no Mundial de 2005

Foi há exatos dez anos, em 18 de dezembro de 2005, que o São Paulo pintou o mundo de vermelho, preto e branco após a vitória por 1 a 0 contra o Liverpool na final do Mundial de Clubes. O gol do título veio de um herói improvável. O baixinho Mineiro, de apenas 1,69m, apareceu por trás da zaga e tocou para as redes após passe de Aloísio. Uma década depois, onde estaria o ex-camisa 7 do time tricolor?

Após sagrar-se herói em 2005, o volante ficou mais uma temporada no clube do Morumbi e deixou a equipe com outra conquista, o Campeonato Brasileiro de 2006. Ainda na temporada pós-título mundial, Mineiro foi convocado pela seleção brasileira para a Copa do Mundo, na Alemanha, o país que se tornaria o próximo destino do jogador.

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Ele deixou o São Paulo e desembarcou na capital alemã para defender o Hertha Berlin, onde atuou até 2008. Os bons desempenhos renderam a contratação para o Chelsea, mas, na Inglaterra, o volante não teve muito sucesso.

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Mineiro finaliza para dar o gol do título mundial
Mineiro finaliza para dar o gol do título

O jeito foi voltar para a Alemanha, desta vez para defender o Schalke 04. O jogador ainda teve uma passagem pelo modesto TuS Koblenz até se aposentar em 2011. Mesmo depois de pendurar as chuteiras, ele continuou por lá, longe dos holofotes e também dos torcedores brasileiros.

“Quando eu fui para a Europa, praticamente já tínhamos um projeto de continuar por lá mesmo depois que eu terminasse minha carreira. Em 2011, encerrei minha carreira e, junto com a família, decidimos continuar na Alemanha como um projeto de família”, disse, agora aos 40 anos.

Antes de ir para a Europa, Mineiro não jogou só no São Paulo. O volante começou no Guarani e passou por Ponte Preta e São Caetano antes de ser contratado pelo time do Morumbi.

Na passagem de dois anos com a camisa tricolor, ele conquistou, além do Mundial e do Brasileiro, um Paulista e uma Libertadores.

“Foi um período bastante importante. Talvez nem os mais otimistas dos tricolores esperassem que nossa equipe pudesse chegar tão longe, mas fico feliz, porque os atletas que montaram o elenco naquela oportunidade entenderam rapidamente o projeto do São Paulo. Mesmo com as limitações, sem estrelas, tínhamos uma equipe forte, competitiva, e grande parte dos projetos de 2005 e 2006 foram conquistados. Talvez se eu não tivesse feito o gol, eu me consideraria com a mesma responsabilidade, mais por ter participado do elenco naquela ocasião”, contou.

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Apesar de ter sido o autor do gol do título mundial de 2005 e um dos principais jogadores naquela competição, Mineiro não se considera um herói. “Considero que todos que participaram dessa conquista, direta ou indiretamente, são heróis. Todos os atletas que estiveram participando ali, até mesmo em uma dimensão maior, aquelas pessoas que estiveram nos dando cobertura para que a gente tivesse a estrutura para estar naquele Mundial, todos esses são heróis”, afirmou.

Gazeta Press

Mineiro com a taça do Mundial de Clubes, em 2005
Mineiro com a taça do Mundial de Clubes

“Na verdade, algumas pessoas acabam aparecendo mais pelo gol, por uma situação ou outra. Mas, no meu ponto de vista particular, todos foram heróis.”

Mas o que é certo é que aquele gol contra o Liverpool “ajudou” no futebol europeu. “A ida para a Europa foi um novo recomeço, na verdade, mesmo porque eu nunca fui jogador para fazer lobby. Sempre que as pessoas vão pesquisar para ter mais informações, logicamente, elas associavam algumas participações na seleção brasileira e também ao gol do título de 2005″, explicou.”Na verdade, algumas pessoas acabam aparecendo mais pelo gol, por uma situação ou outra. Mas, no meu ponto de vista particular, todos foram heróis.”

“Principalmente depois que eu fui pra Europa que eu pude ter uma compreensão maior do que é o futebol internaconal, do que são os investimentos, a estrutura que é concedida lá fora. Cada ano que passa, a gente entende mais a importância desse título pro São Paulo. A gente fica feliz por ter tido parte nessa conquista”, disse.