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Andrei Kampf, Marcelo Hazan e Maurício Oliveira
Contratação do zagueiro ex-Criciúma iniciou processo de renúncia do presidente; jogador estará na lista do Tricolor para a Copa São Paulo de Futebol Júnior
Iago Maidana nunca jogou pelo São Paulo, mas tem nome conhecido pela torcida. A contratação do ex-jogador do Criciúma foi responsável por iniciar o processo de renúncia do ex-presidente Carlos Miguel Aidar. Agora, ele será inscrito pelo Tricolor para disputar a Copa São Paulo de Futebol Júnior.
– A Copa São Paulo mostrará uma zaga na qual depositamos boa expectativa. O Iago Maidana, jovem jogador que veio em uma relação conturbada, vai jogar. Felizmente, agora as coisas estão se acomodando – diz Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, presidente do São Paulo.
Com passagens pela seleção brasileira sub-20, Iago Maidana deve ser reserva no time do São Paulo. A equipe é a atual campeã da Copa do Brasil e finalista da Copa Rio Grande do Sul da modalidade. A defesa titular é composta por Kal e Tormena.
Inicialmente contratado para a base, o zagueiro de 19 anos, ex-Criciúma, treinou com o elenco profissional. A polêmica transferência foi alvo de investigação do Superior Tribunal de Justiça Desportiva. O São Paulo foi multado em R$ 100 mil, mesma pena imposta a Criciúma e Monte Cristo. Para o atleta, a multa foi de R$ 10 mil. Foi definido que o caso deve ser julgado pelo Comitê de Resolução e Litígios da Confederação Brasileira de Futebol. A CBF tem até dois anos para analisar o caso.
O São Paulo estreia na Copinha no dia 3 de janeiro, contra o Paulista, às 14h, na Arena Barueri. O Tricolor está no Grupo 17, ao lado de Audax e Tiradentes.
COMO COMEÇOU O CASO
Em setembro, a empresa Itaquerão Soccer tirou Iago do Criciúma ao preço de R$ 800 mil –segundo o clube catarinense, o valor seria a metade – e o registrou por dois dias no Monte Cristo (que disputa a terceira divisão goiana) antes de vender 60% de seus direitos econômicos ao São Paulo por R$ 2 milhões. Ocorre que, desde maio, a participação de investidores em transferências é proibida, motivo pelo qual a negociação passou a ser investigada pela diretoria de registro e transferência da CBF.
Depois de notificar os três clubes e pedir versão dos fatos também ao atleta, a entidade finalizou um dossiê e o entregou à Procuradoria do STJD. Analisados os documentos, a denúncia foi oferecida no dia 16 para que o caso fosse a julgamento nesta segunda-feira.
No São Paulo, antes mesmo do desfecho, o assunto intensificou uma crise política histórica e expôs de vez um racha que levou Carlos Miguel Aidar a renunciar à presidência depois de acusações de corrupção. Antes de se desligar do clube, o agora ex-mandatário afirmou desconhecer a Itaquerão Soccer, apesar de uma fotografia mostrar que os representantes da empresa estiveram reunidos no CT da Barra Funda com o zagueiro.