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Perrone
Depõe contra Cuca a declaração dada pelo técnico do São Paulo afirmando que o gol de empate do Palmeiras neste sábado (13) foi espírita e que a iluminação do Morumbi atrapalhou o goleiro Volpi. Soa como desculpa esfarrapada de treinador que não admite os erros de seu time e ainda desmerece os acertos do adversário falando em sorte incrível.
O técnico são-paulino seria mais justo e condizente com a realidade se falasse que houve uma falha de marcação de sua defesa no lance. É inadmissível num jogo de alto nível um jogador, ainda mais habilidoso como Dudu, ter tanto tempo para receber a bola, passar, avançar e ficar livre, parado, esperando o passe de volta. Só quando o palmeirense tenta o chute aparecem três tricolores para fazer o bloqueio. Daí a bola bate na defesa, sobe e Volpi se atrapalha.
Essa falha foi um dos motivos para o São Paulo não sair do Morumbi com a vitória por 1 a 0 e não um fator sobrenatural. Outra causa, bem racional, é o recuo do time da casa no segundo tempo. Depois de uma etapa inicial quase que perfeita, os são-paulinos abandonaram o campo de ataque. Ficaram espremidos na defesa, apenas convidando o time de mais qualidade do Brasileirão a fazer o gol. Não deu outra.
Que Cuca resolva tentar emplacar em público uma versão fantasiosa para o empate eu até entendo. Acho um método ultrapassado, mas compreendo. Agora, se ele não apontar os erros visíveis para seus jogadores e trabalhar para corrigi-los, lascou-se. Nesse caso, a esperança que o são-paulino teve com a eficiente atuação no primeiro tempo do clássico vai embora pelo ralo.