São Paulo piora no 2º tempo? Números negam tese em meio a jejum de vitórias

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UOL

Bruno Grossi

Marcello Zambrana/AGIF

O São Paulo enfrenta a Chapecoense às 20h de hoje pela 11ª rodada do Campeonato Brasileiro e quer encerrar uma série de oito partidas sem vitórias. A torcida, que não deve lotar o Morumbi, anda ressabiada com o time. E parte dessa desconfiança vem de uma aparente piora do Tricolor no segundo tempo das partidas. O clássico contra o Palmeiras, na rodada anterior, reforçou esse receio. Mas será que a equipe realmente piora depois do intervalo? A reportagem do UOL Esporte tentou encontrar respostas para essa pergunta nas estatísticas e com a comissão técnica são-paulina.

Essa impressão que fica para os torcedores passa por jogos marcantes em que o São Paulo começou melhor e acabou tropeçando por cair de rendimento depois do intervalo. A final do Campeonato Paulista contra o Corinthians e o Choque-Rei de nove dias atrás são exemplos disso. E, de fato, o “placar” do Tricolor não é muito bom se computadas somente as etapas finais de cada partida na temporada: dez derrotas, dez vitórias e 12 empates.

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Por isso a comissão técnica não vê isso como uma regra que pode ser explicada por apenas um fator e entende que cada jogo teve um contexto diferente. Na final do Paulistão, houve um consenso de que faltou calma para o time, que se lançou ao ataque em uma falta ainda no campo defensivo e acabou levando um contragolpe fatal dos corintianos. Contra o Palmeiras, o Tricolor entende que o gol de Dudu, por ser um lance de azar para os são-paulinos, acabou desestabilizando o time emocionalmente após começar melhor que o rival.

Há muita reclamação sobre uma suposta queda física da equipe depois do intervalo. O São Paulo admite que houve certo descompasso na preparação dos atletas – e divergências internas de metodologia colaboraram para que Carlinhos Neves pedisse para deixar o clube durante a parada para a disputa da Copa América. Mas ao falar sobre desempenho no segundo tempo, nenhum tricolor põe a culpa na condição física dos atletas. Pelo contrário, a forma como o time se entregou para empatar os jogos contra Flamengo e Atlético-MG e para vencer o Fortaleza, sempre com gols na reta final das partidas, foi exaltada.

Em outros momentos, os tropeços foram atribuídos ao recuo excessivo do time. Cuca assegura que não tem a intenção de deixar o São Paulo tão retraído após sair na frente do placar, mas que muitas vezes há um movimento espontâneo de um time que sofre com irregularidade e falta de confiança. Foi assim contra o Cruzeiro, no Pacaembu, por exemplo. É preciso ponderar que o São Paulo não faz uma boa temporada de forma geral, apesar do vice no Paulistão. Em 34 jogos, o aproveitamento é de apenas 41,1%. E, somando todos os primeiros tempos disputados até hoje, o desempenho é ainda pior do que depois do intervalo: oito derrotas, sete vitórias e 19 empates.

O que os números dizem No 1º tempo: Vitórias: 7 Derrotas: 8 Empates: 19 Gols marcados: 11 Gols sofridos: 11 No 2º tempo: Vitórias: 10 Derrotas: 10 Empates: 14 Gols marcados: 18 Gols sofridos: 17.

FICHA TÉCNICA: SÃO PAULO X CHAPECOENSE Local: Morumbi, em São Paulo (SP) Data/Hora: 22 de julho de 2019, às 20h Árbitro: Sávio Pererira Sampaio (DF) Assistentes: Daniel Henrique da Silva Andrade e José Reinaldo Nascimento Júnior (ambos do DF) Árbitro de vídeo: Grazianni Maciel Rocha (RJ) SÃO PAULO: Tiago Volpi, Hudson, Bruno Alves, Arboleda e Reinaldo; Luan, Tchê Tchê e Hernanes; Antony, Alexandre Pato e Raniel. Técnico: Cuca. CHAPECOENSE: Tiepo, Eduardo, Gum, Douglas e Bruno Pacheco; Amaral, Márcio Araújo, Camilo e Diego Torres; Alan Ruschel (Arthur Gomes) e Everaldo. Técnico: Ney Franco.