UOL
Guilherme Palenzuela
O São Paulo pretende apresentar nos próximos dias a Diego Lugano um projeto de plano de carreira para que o uruguaio se mantenha trabalhando no clube após a aposentadoria, que deverá ocorrer em 2017. Segundo apurou o UOL Esporte, o clube já tinha tudo planejado para conversar sobre o tema com Lugano no dia 11 de dezembro – antes mesmo de contratá-lo –, não conseguiu, e irá fazê-lo agora.
A ideia é do vice-presidente de futebol Ataíde Gil Guerreiro, que esperava conversar com Lugano no dia em que o uruguaio esteve no Brasil para participar do evento de despedida de Rogério Ceni, no Morumbi. A agenda apertada do uruguaio, no entanto, impediu que a conversa acontecesse na ocasião.
Antes de apresentar o projeto, o São Paulo quer ouvir de Lugano quais são suas aspirações de carreira quando se aposentar como jogador de futebol. O uruguaio nunca falou de forma enfática que gostaria de permanecer no esporte, em outra função, e a diretoria precisa primeiro ouvi-lo para saber se precisará convencê-lo ou apenas apresentar o projeto.
Os argumentos de quem defende a ideia dentro da diretoria do São Paulo são os mesmos ditos por aqueles que defendiam a contratação do uruguaio agora, em 2016: os benefícios que ele pode oferecer fora de campo. Na avaliação do São Paulo, a presença do uruguaio na comissão técnica ajudaria na fomentação de valores de profissionalismo e comprometimento com o clube. Há ainda quem acredite que Lugano poderia cumprir função complementar na formação dos atletas que passam pelas categorias de base do clube, em Cotia.
Segundo pessoas próximas ao zagueiro, a família de Lugano gosta do Brasil a ponto de pensar seriamente na ideia de viver na capital paulista mesmo depois do uruguaio se aposentar como jogador. Lugano desembarcou na noite de terça-feira no aeroporto de Guarulhos, foi recepcionado com festa por uma multidão são-paulina, e está com a esposa e o filho mais velho em um hotel – o zagueiro tem apartamento em São Paulo, no momento alugado, e procura um novo local para viver.
Lugano fez o primeiro treino no CT da Barra Funda na quarta-feira e pediu ao São Paulo para que não fosse realizada uma festa de apresentação pela volta. O zagueiro entende que é melhor ser tratado como mais um jogador do elenco e ser recebido de forma convencional, com uma apresentação como qualquer outra: no CT da Barra Funda, sem torcedores e apenas para a imprensa. O pensamento foi semelhante ao do presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, que entende que a recepção no aeroporto de Guarulhos já cumpriu o papel de festa. O São Paulo pensava em fazer um grande evento, mas atendeu o desejo do uruguaio.
Leco foi, assim como o presidente Marcelo Portugal Gouvêa em 2003, decisivo para a retorno de Lugano. Depois de muitas discussões internas, o presidente tomou a dianteira da ideia e se reuniu com o empresário Juan Figer no dia 21 de dezembro para comunicar que o São Paulo faria uma proposta oficial pelo zagueiro. Antes disso, foi fundamental uma conversa do presidente com o técnico Edgardo Bauza, que deu aval para a contratação do jogador. Se o treinador argentino comunicasse que não poderia trabalhar com Lugano no time, a contratação não aconteceria.