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Alexandre Lozetti
Falta de ritmo e erros de posicionamento são compensados por espírito do jogador, cujo cartão vermelho foi bem visto, felicidade do São Paulo e elogios do técnico Bauza.
Abril de 2011 – Janeiro de 2016. Esse foi o hiato que Breno ficou sem nem um joguinho sequer como zagueiro. Lesionado, preso por incendiar a própria casa na Alemanha, solto, recontratado pelo São Paulo e escalado como volante pelo ex-técnico Juan Carlos Osorio, o jogador voltou à posição de origem na vitória por 1 a 0 sobre o Cerro Porteño (PAR), na última quarta-feira.
A atuação teve problemas normais para quem disputou pouquíssimos jogos nesse longo tempo. Erros de posicionamento e falta de tempo de bola que acarretaram numa entrada mais dura sobre o adversário, punida com cartão amarelo. Advertência que o levou a ser expulso depois de um desentendimento com o zagueiro Valdez, já nos minutos finais da partida.
Até a expulsão de Breno acabou sendo vista com bons olhos por membros de comissão técnica e diretoria do São Paulo. Não que haja estímulo ao cartão vermelho, mas a mensagem positiva que fica é do espírito de quem não aceita desaforo, compra a briga necessária… Em outras palavras, sente o jogo correndo nas veias. Algo que, na avaliação geral, faltou no ano passado.
– Não é legal ser expulso num amistoso, nós perdemos a cabeça, discutimos e depois pedimos desculpas um para o outro. Mas faz parte. Eu estava de cabeça quente, ele grudou no meu pescoço, eu grudei no dele, foi muito rápido. Amistoso serve de aprendizado – relatou Breno, politicamente correto, e seguro ao afirmar que não houve provocação por parte de Valdez.
Ao lado de Rodrigo Caio, o começo irregular fez com o que o companheiro se destacasse. Aos poucos, Breno ganhou ritmo e foi se readaptando à função que há tanto tempo não exercia.
– A maior dificuldade foi o ritmo, saber me posicionar bem. Vou ter que aprimorar nos treinos e amistosos. Tentarei corrigir, e o treinador também vai me falar onde errei para que eu possa estar bem quando começarem os campeonatos.
Só que nem o cartão vermelho, considerado positivo no ponto de vista de muitos, nem os erros em campo tiraram a satisfação geral no São Paulo pelo fato de o início de temporada de Breno estar sendo normal, com atividades comuns às dos companheiros. Em Assunção, o jogador só não atuou os 90 minutos porque recebeu o cartão vermelho. Ele não seria mais substituído.
Apesar disso, há um cuidado todo especial para que Breno não volte a sofrer com lesões, como ocorreu no ano passado. Já era esperado que seu corpo sofresse as consequências de tanto tempo parado, mas agora o Patón Edgardo Bauza quer mantê-lo longe do departamento médico.
– Ele fez uma boa partida, tendo tudo isso em conta (os cinco anos sem atuar na zaga). Estamos tratando que ele não tenha os inconvenientes do semestre passado, quando sofreu muitas lesões. É um jogador que pode dar à equipe sua força, altura, personalidade. Em linhas gerais, gostei, houve alguns problemas por falta de ritmo, de futebol, mas, seguramente, com o passar dos dias ele vai melhorar – analisou o técnico argentino.