UOL
Pedro Lopes
Após mais de um ano investigação, o Ministério Público de São Paulo ofereceu denúncia pedindo a instauração de ação criminal contra Alan Cimerman, ex-gerente de marketing do São Paulo. Os promotores pedem que Cimerman, sua filha e mais duas pessoas sejam processados e julgados por estelionato e associação criminosa em um esquema de desvio de valores referentes a ingressos e camarotes de shows no Morumbi em 2017.
De acordo com a denúncia, Cimerman negociou ingressos e camarotes para shows da banda U2 e do cantor Bruno Mars com diversas pessoas, físicas e jurídicas. O então dirigente, entretanto, não repassava os valores recebidos ao São Paulo, e nem os ingressos aos adquirentes. Ao invés disso, a quantia era depositada diretamente na conta de sua filha.
Na operação, o gerente teria contato com a ajuda de um casal. Cimerman é acusado de fazer um contrato falso com a empresa dessas outras duas pessoas, para que elas também intermediassem venda de ingressos e camarotes para os shows. Todos os valores eram depositados na conta da filha do executivo. Ainda segundo o MP, Cimerman teria falsificado a assinatura do então diretor de marketing Márcio Aith ao ceder camarotes para os dois cúmplices. Ao longo de todo o processo, foram falsificados cheques, recibos e ingressos, inclusive documentos das empresas organizadoras dos shows.
Os promotores afirmam que o esquema atingiu um total de dez vítimas, que foram lesadas em pouco mais de R$ 3 milhões. Agora, o processo vai para o Judiciário – se denúncia for aceita, será instaurada ação penal contra os investigados. Procurado pela reportagem, o advogado de Alan Cimerman não retornou os contatos.