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Arthur Sandes
A semana livre para treinos fez bem ao São Paulo, que hoje venceu o Atlético-MG por 2 a 0 dando sinais claros do trabalho de Fernando Diniz. O time controlou do jeito que o técnico gosta, voltou do intervalo amassando o adversário e teve em Igor Gomes o principal nome de um meio-campo mais solto e enérgico.
Diniz comanda o time há apenas um mês, mas a mudança em relação a Cuca já é bastante perceptível. Hoje, o São Paulo mesclou explosividade com paciência a depender da jogada. Foi cuidadoso na troca de passes, mas sem monotonia: chutou dez bolas dentro da área sem ceder um contra-ataque sequer. Com intensidade e 60% de posse de bola, foi dominante e deixou o Atlético-MG desconfortável o tempo todo.
O primeiro tempo teve mais finalizações erradas do que precisas, mas serviu de preliminar para os gols que sairiam depois. Reinaldo esteve impossível a partir de uma cobrança de falta na trave e criou jogadas em sequência, com um protagonismo que o lado direito do Galo não soube conter. Coletivamente o São Paulo foi superior desde o começo e deixou bem claras as suas intenções de vencer. Tanto que o zagueiro Bruno Alves disparou com a bola em um dos lances e só parou em boa defesa de Cleiton. Na melhor chance tricolor, uma bola trabalhada com capricho só não terminou em gol porque Alexandre Pato conseguiu desperdiçar.
A vantagem nasceu da presença de Igor Gomes e da esperteza do São Paulo em acelerar apenas quando necessário. O lance do primeiro gol é simbólico: começou em uma arrancada, mas o Atlético-MG se arrumou; então o Tricolor repensou, mudou de lado e achou espaço com Antony. No momento da finalização de Igor Gomes, eram cinco são-paulinos na área adversária.
Daí em diante o São Paulo soube explorar a vantagem, e o jogo ficou na medida para empolgar o torcedor. Cada bola perdida pelo Atlético-MG daria contra-ataques, e logo no primeiro deles Igor Gomes achou Vitor Bueno em uma enfiada de bola para camisa 10 nenhum botar defeito. Com 2 a 0 de frente, sobrou mais de meia hora para ensaiar o puro “Dinizismo”.
Teve Tiago Volpi dando frio na barriga do torcedor e saída de bola atribulada pela marcação atleticana, mas o São Paulo não entregou bolas. No geral, foram 545 passes trocados e 16 finalizações a gol – números robustos, do jeito que Diniz gosta. O craque do jogo, Igor Gomes, saiu substituído sob aplausos e gritos de incentivo.