GloboEsporte
Eduardo Rodrigues e Marcelo Hazan
Diretores deixam reunião para não atrapalhar votação, não voltam para debater relatório financeiro, e presidente do Conselho expõe incômodo.
O Conselho Deliberativo do São Paulo barrou o contrato com empresa referente aos sócios-torcedores em reunião na noite da última segunda-feira, no Morumbi.
Uma cláusula de rescisão de R$ 1,5 milhão estipulada pela Feng (Fan Engagement Marketing e Inteligência Ltda) foi o principal entrave da votação. Cerca de 60 dos 110 conselheiros presentes votaram contra a aprovação do contrato com a empresa.
O contrato agora volta para a diretoria para que haja mudanças nesta cláusula. Feito isso, os conselheiros farão nova votação para definir a assinatura ou não do acordo. Os outros contratos previstos na pauta do dia foram aprovados.
Reunião do Conselho do São Paulo — Foto: Marcelo Hazan
Confusão na votação
No momento da definição dos votos, parte dos conselheiros pediu para que os diretores remunerados sem direito a voto, além do presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, deixassem o salão nobre do Morumbi para não atrapalhar a contagem.
Isso porque a votação é feita entre quem fica sentado e de pé para aprovar ou não uma determinada pauta. A reclamação era de que, se eles permanecessem na sala, poderiam ser contabilizados de forma errônea. Mas a expectativa era de que eles retornassem na sequência.
Diante da demora na contagem dos votos, os diretores do São Paulo foram embora e não participaram do debate sobre o relatório financeiro divulgado para todos os conselheiros na última semana. Este era o assunto seguinte e um dos principais na pauta da reunião.
O fato de os diretores não terem retornado para esta parte da reunião gerou incômodo. O presidente do Conselho, Marcelo Abranches Pupo Barboza, demonstrou insatisfação por não ter nenhum diretor presente durante o debate sobre o relatório e enviará um ofício ao presidente Leco solicitando que a postura não se repita em outras ocasiões. A reunião continuou, mesmo que esvaziada.
A presença da diretoria em reuniões do Conselho não é obrigatória, a não ser que tenha uma convocação prévia.
Na última semana, o GloboEsporte.com publicou informações do relatório que apontam um déficit de R$ 76,5 milhões entre janeiro e agosto. O debate sobre esse e outros assuntos do relatório deve ficar para a próxima reunião.