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Eder Traskini e José Eduardo Martins
O Santos enfrenta problemas para encontrar um meia ofensivo desde a saída de Lucas Lima para o Palmeiras. O primeiro que tentou tomar conta da posição foi um então jovem Vitor Bueno. Sem sucesso, o jogador foi parar, por empréstimo, no rival São Paulo. Para resolver a posição, o Peixe então desembolsou cerca de R$ 26 milhões para contratar Cueva nesta temporada. Pois o peruano não poderia ter sido mais decepcionante, enquanto Bueno vai ganhando espaço no Tricolor. Quando o São Paulo era treinado por Cuca, é certo que Vítor Bueno era visto apenas como uma boa opção para mudar a cara do jogo, saindo do banco de reservas. A situação mudou bastante desde a chegada de Fernando Diniz.
Logo no jogo com o Flamengo, a primeira partida sob orientação do novo técnico, ele entrou no decorrer do confronto.Já no clássico com o Corinthians ganhou a chance de se titular. A partir do duelo com o Avaí, ele se firmou entre os 11 e disputou, em sequência, seis confrontos. Desbancou, assim, o contestado Alexandre Pato. Apesar de o time viver um período de muitas críticas vindas das arquibancadas e redes sociais, o jogador ex-Santos é um dos poucos poupados pela torcida.
No total, Vitor Bueno disputou 24 partidas neste ano e marcou quatro gols. Fora de campo, também é elogiado por ser um jogador de bom relacionamento com a maior parte do elenco e pela postura discreta. O mesmo não pode ser dito de Cueva, aposta cara do Peixe para o setor de criação. Para contratar o peruano, o Peixe atravessou uma negociação já encaminhada do meia com o Independiente (ARG) e aceitou pagar cerca de R$ 26 milhões, divididos em três parcelas anuais, ao Krasnodar (RUS). Na Vila Belmiro, Cueva só acumulou problemas: atrasos, ausência em treinos e até uma briga em casa noturna da cidade.
Em campo foram somente 17 jogos, nenhum gol marcado ou assistência concedida. O peruano foi titular em nove partidas e somou só 737 minutos com a camisa do Peixe no ano. Curiosamente, o São Paulo deu sua “ajudinha” na negociação do Santos por Cueva. A primeira foi optar por não exercer sua preferência de compra, cláusula que constava no contrato quando os russos contrataram o meia do Tricolor. Depois, abriu mão dos 10% a que teria direito do montante que o Peixe ainda irá pagar ao Krasnodar, exatamente para poder contar com Bueno por empréstimo até o final de 2020.
Com o fracasso de Cueva, o meio-campo do Santos vem sendo formado, em sua parte mais ofensiva, quase sempre por Carlos Sánchez, Evandro ou Jean Mota. A tendência é que novamente dois desse trio sejam escolhidos no clássico deste sábado, às 17h, entre Santos e São Paulo, na Vila Belmiro, pela 33ª rodada do Campeonato Brasileiro.