GloboEsporte
Eduardo Rodrigues e Marcelo Hazan
Tricolor vai completar sete anos na fila; último título foi a Copa Sul-Americana de 2012.
Editoria de arte
O São Paulo completará em dezembro sete anos sem títulos. O último foi a Sul-Americana, em 2012. Em meio à fila, diversos jogadores passaram pelo Morumbi sem conquistar nada e se tornaram campeões em outros clubes.
O caso mais recente é o do zagueiro Rodrigo Caio, do Flamengo. Ele conquistou a Libertadores e o Campeonato Brasileiro no último final de semana. Na campanha da Sul-Americana de 2012, o jogador foi utilizado apenas uma vez, na segunda fase.
Outro exemplo é o técnico Rogério Ceni. O ex-goleiro participou da última conquista são-paulina, em 2012, se aposentou em 2015 e iniciou a carreira de treinador no próprio São Paulo, em 2017. No Fortaleza, ele ganhou três troféus como comandante.
Veja a escalação do São Paulo na final da Sul-Americana de 2012:
- Titulares: Rogério Ceni; Douglas (depois Osvaldo), Paulo Miranda, Rafael Toloi, Rhodolfo e Cortez; Wellington, Denilson e Jadson; Lucas e Willian José.
- Reservas: Denis, Edson Silva, Douglas, Maicon, Ganso, Cícero e Ademilson. Téc.: Ney Franco.
Rogério Ceni e Lucas levantam a taça de campeão da Sul-Americana de 2012 — Foto: Rubens Chiri / www.saopaulofc.net
Do elenco citado acima, nenhum mais pertence ao São Paulo, mas a maioria conquistou títulos após deixar o Tricolor. São os casos de Douglas, Paulo Miranda, Rodolpho, Cortez, Wellington, Jadson, Maicon, Cícero e Denis.
Abaixo, o GloboEsporte.com lista jogadores (e um treinador) que passaram pelo São Paulo a partir do ano da conquista da Sul-Americana, deixaram o clube sem títulos e vieram a ser campeões por outros clubes. Aqueles que estiveram na final de 2012 não entram na contagem.
Nas redes sociais há contas que reúnem casos de atletas campeões por outros times com o nome “saia do São Paulo e ganhe um título”.
Rodrigo Caio
A estreia do zagueiro nos profissionais do São Paulo aconteceu em 2011, mas foi em 2012 que ele se consolidou na equipe. Na Sul-americana, no entanto, ele disputou apenas uma partida, na segunda fase, em vitória contra o Bahia, por 2 a 0. Ele atuou apenas 45 minutos.
O sucesso de Rodrigo Caio, porém, aconteceu mesmo no Flamengo. Após sete anos sem um título de maior expressão, o zagueiro se transferiu para o Flamengo no início deste ano e já foi campeão do Campeonato Carioca, do Brasileirão e da Libertadores. Em todas as competições ele foi titular absoluto. Rodrigo Caio ainda irá disputar o Mundial de Clubes, em dezembro.
Fernandinho
O atacante chegou ao São Paulo no início de 2010 e ficou até julho de 2012, ano da conquista da Sul-Americana. Ele não atuou em nenhuma partida do torneio, mas fez parte daquele elenco vencedor. Sem nenhum título com a camisa do Tricolor, veio a ser campeão da Libertadores com o Grêmio, em 2017.
Buffarini
O lateral argentino atuou pelo São paulo de 2016 a 2017, mas não levantou nenhum troféu neste período. Antes de chegar ao clube brasileiro, ele havia sido campeão da Libertadores pelo San Lorenzo, em 2014, e do Campeonato Argentino, em 2013. Após deixar o Tricolor paulista, foi campeão argentino e da Supercopa da Argentina pelo Boca Juniors.
Buffarini comemora título do Boca Juniors na temporada 2017/2018 — Foto: Divulgação/Boca Juniors
Lucas Pratto
Contratado em 2017 como esperança de gols para o São Paulo, o atacante não conseguiu viver seu melhor momento no clube e foi negociado no ano seguinte com o River Plate sem nenhum título conquistado.
Na equipe argentina vem acumulando conquistas. Em 2018 conquistou a Supercopa Argentina e a Libertadores. Neste último, fez gol na final sobre o Boca Juniors, maior rival. Em 2019, faturou o título da Recopa Sul-Americana.
Gilberto
O atacante teve passagem pelo time do Morumbi em 2017, mas também saiu sem levantar troféu. Depois disso, ele conquistou o Campeonato Baiano pelo Bahia, nesta temporada.
Gilberto foi campeão baiano pelo Bahia — Foto: WILL VIEIRA/RAW IMAGE/ESTADÃO CONTEÚDO
Aloísio
O atacante criou uma boa relação com a torcida do São Paulo em sua passagem pelo clube em 2013. Mas foram mais pelos 21 gols e pela vontade demonstrada em campo do que pelas conquistas em si. Aloísio não foi campeão pelo Tricolor, e após se transferir para o Shandong Luneng, da China, foi campeão da Copa da China, em 2014, e da Supercopa da China, em 2015.
Maicon
O zagueiro se tornou um símbolo do time do São Paulo de 2016, que chegou à semifinal da Libertadores daquele ano. Com estilo aguerrido e de raça, Maicon recebeu o apelido de “God of Zaga” (Deus da zaga, na tradução para o português), mas essa repentina idolatria foi construída sem nenhuma conquista dentro de campo.
No ano seguinte se transferiu para o Galatasary, onde conquistou o Campeonato Turco. Na temporada 2018/19, defendeu o Al-Nassr, dos Arábia Saudita, e também foi campeão nacional.
Petros
Em um ano de São Paulo (meio de 2017 até o meio de 2018), viveu altos e baixos e chegou até a ser capitão da equipe. A sua maior conquista foi ajudar o clube na luta contra o rebaixamento em 2017. Atualmente companheiro de Maicon no Al-Nassr, foi campeão do Campeonato Saudita.
Centurión
Em uma passagem conturbada pelo São Paulo de 2015 a 2016, acumulou mais polêmicas do que glórias. Nos anos seguintes, conseguiu títulos nacionais importantes por outros clubes: pelo Boca Juniors foi campeão argentino em 2017, logo após deixar o Tricolor paulista. Pelo Racing, também foi campeão argentino na temporada 2018/19.
Centurión comemora título com o Boca Juniors — Foto: Divulgação/Boca Juniors
Shaylon
Emprestado pelo São Paulo ao Bahia nesta temporada, o meia conquistou o Campeonato Baiano em poucos meses de clube e sendo um dos principais nomes da campanha. Em dois anos de profissional do São Paulo não conseguiu se firmar. Em enquete realizada pelo GloboEsporte.com para saber qual jogador emprestado a torcida queria de volta em 2020, Shaylon teve mais votos.
Rogério Ceni – técnico
Incontestável como jogador e um dos maiores vencedores da história do São Paulo, Rogério Ceni recebeu sua primeira chance como treinador no próprio São Paulo, para a temporada 2017. Após resultados não satisfatórios, foi demitido sem conquistar nenhum título.
O Fortaleza, então, apostou no trabalho do treinador e, em 2018, o treinador levou o clube ao título do Campeonato Brasileiro da Série B. Neste ano, o Fortaleza foi campeão cearense e da Copa do Nordeste.
Rogério Ceni comemora título da Copa do Nordeste — Foto: Thiago Gadelha / Diário do Nordeste