Na lista de possíveis despesas para o ano que vem ainda está a compra de Tiago Volpi
Por Eduardo Rodrigues e Marcelo Hazan — GloboEsporte.com
O São Paulo terá mais gastos com Daniel Alves e Alexandre Pato em 2020. Dois dos principais reforços contratados nesta temporada, os jogadores entraram em acordo com o Tricolor para receber menos em 2019 e ter um aumento gradativo nos anos seguintes.
A composição salarial de Pato é mais simples.
De abril – mês da contratação – a dezembro deste ano, o São Paulo desembolsou 400 mil euros (R$ 1,7 milhão). Ou seja, aproximadamente R$ 190 mil por mês. A partir de 2020, porém, o atacante passa a ter um salário de aproximadamente R$ 700 mil, um aumento de mais de R$ 500 mil em relação a 2019.
Veja o que ainda falta pagar por Pato entre salários + luvas + direitos de imagem:
- 1,9 milhão de euros (R$ 8,4 milhões) de janeiro a dezembro de 2020;
- 1,9 milhão de euros (R$ 8,4 milhões) janeiro a dezembro de 2021;
- 1,9 milhão de euros (R$ 8,4 milhões) janeiro a dezembro de 2022;
O total da “operação Pato” ao fim de seu contrato, em 2022, será de 6,1 milhões de euros (cerca de R$ 26,9 milhões). Vale ressaltar que o jogador chegou ao clube sem custos de compra.
Alexandre Pato em treino no São Paulo — Foto: Divulgação/São Paulo
Daniel Alves
Já o caso de Daniel Alves é mais complexo. De setembro de 2019 ao final de abril de 2020, o jogador receberá apenas o salário pago pelo São Paulo no acordo CLT. O valor é de aproximadamente R$ 500 mil.
A partir do fim de abril de 2020, Daniel Alves começa a receber pelas luvas, bônus e acordo pelos direitos de imagem. O montante é de R$ 1,5 milhão por mês que pode ser pago com ajuda de parceiros.
Segundo o São Paulo, o pagamento pelas parcelas referentes à imagem de Daniel Alves seria como um financiamento pago semestralmente. Em números fictícios, funcionaria da seguinte maneira:
- o São Paulo paga um valor pela parcela semestral (por exemplo de R$ 5 milhões) a Daniel Alves pelo acordo de exploração da imagem;
- se receber até um determinado valor (de por exemplo R$ 7 milhões) por meio de parceiros, o clube fica com uma fatia do lucro (R$ 2 milhões), descontando os R$ 5 milhões de “reembolso”.
- se receber um outro valor acima dos R$ 7 milhões, o lucro é dividido igualmente entre São Paulo e Daniel Alves: 50% para cada. Ou seja, se houver o pagamento de R$ 500 mil acima do valor determinado no contrato, cada parte receberia R$ 250 mil.
Nesse modelo, o São Paulo “reembolsa” o valor acertado pela imagem de Daniel Alves, fica com um determinado montante de lucro até uma faixa de dinheiro arrecadada (caso haja lucro) e a partir de outra fatia determinada no contrato divide igualmente os valores com o atleta.
Daniel Alves durante partida com a camisa do São Paulo — Foto: Ricardo Moreira/BP Filmes
Raniel
Quando Raniel foi contratado pelo São Paulo, em julho, intermediários participaram do negócio e tornaram o acordo possível com o Cruzeiro.
Eles pagaram os R$ 13 milhões para o clube mineiro com a condição de o São Paulo reembolsar esse valor em 2020. O Tricolor ficou com 50% dos direitos econômicos.
Em resumo:
- o Cruzeiro recebeu cerca de R$ 13 milhões de intermediários e continuará com percentual para futura negociação;
- São Paulo ficará com 50% dos direitos econômicos;
- São Paulo começa a pagar os R$ 13 milhões aos intermediários em 2020.
São Paulo começa a pagar por Raniel em 2020 — Foto: Marcos Ribolli
Tiago Volpi
O São Paulo ainda não definiu a compra de Tiago Volpi em definitivo. Emprestado pelo Querétaro, do México, até o fim de dezembro, o Tricolor tem uma opção de compra fixada em 5 milhões de dólares (aproximadamente R$ 21 milhões).
Caso decida pela compra, o São Paulo terá de pagar 50% do valor (aproximadamente R$ 10,5 milhões) à vista, até 31 de dezembro, e os outros 50% divididos em parcelas durante 2020.
O jogador já sinalizou a sua vontade de permanecer no Tricolor e avisou o Querétaro. O São Paulo, por sua vez, pretende adquiri-lo, mas para isso precisará vender jogadores para balancear as finanças. A ideia da diretoria é receber pelo menos R$ 80 milhões até o fim de dezembro em vendas.
Até agosto de 2019, o São Paulo registrou um déficit de 76,5 milhões.
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