GloboEsporte
Marcelo Hazan
Tricolor não pensa em acertar com muitos novos jogadores. Clube quer recuperar atletas do atual elenco e precisa cortar custos; meia e centroavante são posições observadas.
O São Paulo não projeta fazer muitas contratações para 2020. Por dificuldade financeira e também por uma avaliação de que o atual elenco pode entregar mais, o clube pensa em acertar reforços pontuais e não tem grande pressa nos bastidores.
Neste momento, a busca do São Paulo é por jogadores ofensivos: do meio para frente. A saída de Raniel para o Santos na troca por Vitor Bueno abriu espaço para atacantes. Pablo e Pato são as principais opções, e Tréllez terminou seu empréstimo em baixa no Internacional. O clube observa meias e centroavantes no mercado.
– O São Paulo tem um bom plantel, não precisa de muita coisa não. Agora, com a sequência do trabalho do (Fernando) Diniz, é que vai começar a aparecer. Ele estava sendo pressionado também. Todo mundo é pressionado no São Paulo, por resultados, até ele fez mudanças que não fazia. Tirar meia e colocar volante, nunca vi ele fazer isso. Agora vai estar mais à vontade, conhece o São Paulo. O time não precisa de muitos jogadores, não. Não vai precisar gastar muito – disse o comentarista Muricy Ramalho, durante a “Central do Mercado” do SporTV.
Raí (diretor executivo), Leco (presidente) e Alexandre Pássaro (gerente) tomam as decisões no futebol do São Paulo — Foto: Marcelo Hazan
Além das posições prioritárias, o São Paulo não descarta jogadores de outros setores por eventuais oportunidades que apareçam no mercado da bola.
É o caso, por exemplo, de Allan, emprestado pelo Liverpool ao Fluminense. O São Paulo não tem necessidade de contratar mais volantes, mas vê o atleta de 22 anos como uma exceção.
Allan atua em mais de uma posição, tem custo considerado baixo e pode vir a ser um ativo do São Paulo no futuro. O jogador foi treinado por Fernando Diniz e tem sua aprovação. Por isso, o clube analisa o nome e avalia uma investida, dependendo do modelo de negócio.
O eventual avanço por Allan poderia abrir uma brecha para negociar outros volantes. Hudson, por exemplo, terminou o ano em baixa. Ele foi reserva com Fernando Diniz e ficou fora até do banco por opção da comissão técnica contra o Internacional, no jogo que definiu a classificação para a fase de grupos da Libertadores. Liziero, Luan, Tchê Tchê e Jucilei são as opções no elenco. Jucilei, aliás, foi afastado durante o ano e acabou reintegrado após o São Paulo não conseguir vendê-lo.
– O São Paulo ultimamente fez alguns negócios que não foram bons. Claro que estão muito pressionados, precisam de títulos, mas às vezes não é uma contratação muito cara que vai fazer a diferença. De repente o Allan… O Luan, por exemplo, é mais marcador. Jucilei… São diferentes. O São Paulo chegou num momento que não é só pagar grandes salários e trazer grandes jogadores no que diz respeito à parte econômica. Tem que trazer bons jogadores também com salários baixos, senão não vai aguentar. A dívida vai aumentando – afirmou Muricy.
Allan, volante do Fluminense, é analisado pelo São Paulo — Foto: Mailson Santana
Em crise financeira, o São Paulo registrou déficit de R$ 76,5 milhões de janeiro a agosto, projeta receber R$ 80 milhões com negociações ainda em 2019 para fechar as contas no azul e vai cortar custos no futebol para 2020.
No orçamento a previsão é reduzir o gasto com salários, encargos e direitos de imagem em R$ 26,8 milhões. Ou seja, a ideia é diminuir a folha salarial.
Por todos esses números, o São Paulo precisa vender jogadores. Antony, cobiçado pelo Borussia Dortmund, da Alemanha, é um dos candidatos. Existe a possibilidade, por exemplo, de acertar uma negociação agora e só liberar a saída do atacante no meio do ano.
Liziero, Walce e Helinho são outros jovens que chamam a atenção no mercado. Por fim, Arboleda era uma possibilidade de venda no meio do ano que não se confirmou. A saída do zagueiro, portanto, não é descartada em caso de ofertas.
Conselho do São Paulo vai votar orçamento de 2020 no dia 19 de dezembro com corte nos gastos do futebol — Foto: Marcos Ribolli
Fernando Diniz sabe da situação financeira do São Paulo e não exige vários reforços. Pelo contrário. O técnico está disposto a trabalhar com mais garotos da base em 2020 e gostou do que viu na vitória por 2 a 1 sobre o CSA, na última rodada do Brasileirão, na qual escalou um time quase inteiro formado em Cotia.
Por outro lado, o São Paulo ganhou fôlego financeiro com a negociação de Vitor Bueno por Raniel, pois alongou de 2020 para 2021 a dívida de R$ 13 milhões com o intermediário André Cury, responsável por viabilizar a operação.
Se contratar Tiago Volpi, o São Paulo pagará metade à vista (2,5 milhões de dólares) e a outra metade (2,5 milhões de dólares) em quatro parcelas trimestrais, a partir de junho de 2020 até junho de 2021.
Veja abaixo um resumo do São Paulo no mercado:
- Vitor Bueno – assinou até 2023 definitivamente, em troca por Raniel com o Santos
- Raniel – foi para o Santos definitivamente, em troca por Vitor Bueno
- Allan – nome do volante do Fluminense é avaliado no São Paulo
- Walce e Helinho – na mira do Bragantino
- Igor Vinicius – o São Paulo decidiu que vai exercer a compra
- Tiago Volpi – opção de compra é dividida: metade agora e outra metade a partir de junho de 2020