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Compactação e organização defensiva. Os dois conceitos marcaram praticamente todas as entrevistas concedidas pelo técnico Edgardo Bauza desde ele que assumiu o São Paulo. A preocupação em não levar gols é tamanha que os próprios jogadores incorporaram os ideais do treinador e passaram a utilizá-los nas conversas que mantêm com a imprensa. Para o Tricolor, a primeira prova de fogo dessa nova mentalidade tática ocorrerá nesse domingo, contra o rival Corinthians, na Arena de Itaquera.
Mais do que apagar a imagem negativa deixada pela histórica goleada por 6 a 1 para os reservas alvinegros, na antepenúltima rodada do Campeonato Brasileiro, os tricolores terão de mostrar que a compactação defensiva surtirá efeito diante do primeiro rival que possui qualidade semelhante ao São Paulo.
Até aqui, a equipe de Bauza enfrentou os paraguaios do Cerro Porteño, os peruanos do César Vallejo e os brasileiros Red Bull Brasil e Água Santa. Foram três vitórias, dois empates, oito gols marcados e dois sofridos. Com exceção da goleada por 4 a 0 sobre o Água Santa, contudo, todos os jogos terminaram com placares magros – embora o Tricolor tivesse nível técnico superior aos adversários.
Bauza crê que sair de Itaquera sem levar gols será um indício de que o trabalho tem dado certo no São Paulo. Os tricolores perderam os três clássicos disputados no estádio corintiano e levaram onze gols. O treinador argentino entende que os números são inaceitáveis para um time que almeja títulos. Por diversas vezes ele disse que a sua maior missão no Morumbi é impedir que uma equipe da grandeza do São Paulo termine uma temporada com a marca de 47 gols sofridos num campeonato como o Brasileirão.
Além de reforçar a crença de Bauza no atual esquema tático, uma vitória contra o Corinthians trará mais confiança para jogadores que atuaram no 6 a 1 e não são unanimidades entre a torcida. O zagueiro Lucão, que substituiu o lesionado Breno, e o volante Hudson serão dois atletas contestados que têm recebido chances entre os titulares nesse início de ano. Também formaram o sistema defensivo naquela goleada os laterais Bruno e Carlinhos, o zagueiro Rodrigo Caio e o volante Wesley – todos com chances de jogar nesse domingo.
Para o goleiro Denis, o clássico será fundamental para recuperar seu retrospecto diante do rival. O arqueiro vinha substituindo o lesionado Rogério Ceni na reta final do Campeonato Brasileiro quando foi vazado seis vezes pelo Corinthians. Hoje, consolidado como substituto do ídolo tricolor, Denis tentará provar que o ocorrido em Itaquera não passou de um “dia atípico” – conforme Bauza classificou a goleada em sua última coletiva antes do clássico.