Em noite de boas notícias para o São Paulo, Pablo talvez seja a melhor

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Com Pato como centroavante, camisa 9 atuou mais distante da área e possivelmente foi o melhor são-paulino em campo. Hernanes é outro ponto positivo da vitória

Ferroviária x São Paulo
Jogadores do São Paulo comemoram gol em Araraquara – FOTO: Divulgação/saopaulofc.net

LANCE

A vitória por 2 a 1 sobre a Ferroviária deu novos sinais de que o São Paulo versão 2020 tem uma boa margem de crescimento em relação à temporada anterior e está começando a explorá-la. Ainda falta bastante coisa para que a equipe de Fernando Diniz se torne confiável, mas a noite foi de boas notícias. Pablo, talvez, seja a melhor delas. Mas vamos por partes…

Destaque primeiro para os autores dos gols. Hernanes foi Hernanes em diversos momentos da partida, inclusive nos lances capitais: marcou um gol bem ao seu estilo instantes depois de a Ferroviária abrir o placar, com dois dribles curtos e um chute rasante de canhota, e cobrou o escanteio que resultou no segundo gol: Bruno Alves cabeceou, Saulo espalmou e Arboleda estufou a rede – o equatoriano fez mais uma boa partida ao lado do colega de zaga e, para muitos torcedores, já enterrou a polêmica que criou ao usar a camisa do Palmeiras.

A jogada que originou o tiro de canto também teve participação efetiva do Profeta, que fez uma linda virada de jogo para Reinaldo e permitiu que o lateral cruzasse para Pablo chutar em cima do zagueiro. O gol do camisa 15 saiu na etapa inicial, mas foi na primeira metade do segundo tempo que ele participou mais, recuando e movimentando-se de maneira inteligente para se conectar com Tchê Tchê e Daniel Alves, os principais responsáveis por colaborar com os zagueiros na saída de bola pelo chão. Com essa dinâmica, a formação escolhida por Diniz para o meio de campo pode dar jogo.

Chegamos à atuação de Pablo, que está diretamente relacionada ao desempenho de Alexandre Pato. Os dois jogaram bem, mas Pablo talvez tenha sido o melhor da equipe – e jogando longe da área. A partir do 15º minuto de jogo, Pato assumiu a condição de centroavante e Pablo abriu pelo lado direito, mas com liberdade total de movimentação quando a equipe tinha a bola – eles estavam em posições invertidas até então.

Se ficou solitário entre os zagueiros e apareceu pouco no clássico contra o Palmeiras, dessa vez Pablo foi um dos atletas mais participativos do ataque. Movimentou-se bem, fez ao menos três desarmes na saída de bola adversária, deu trabalho ao goleiro Saulo duas vezes… Faltou o gol. Foi assim que ele jogou em boa parte de sua passagem pelo Athletico-PR, pegando a bola de frente e com bastante mobilidade. O são-paulino que acostumou-se a ver como homem de referência deve ter se surpreendido com a desenvoltura.

A parceria e a troca de posições com Pato pode ser promissora, desde que o camisa 7 continue querendo jogo – ele saiu com câimbra para dar lugar a Everton, um sinal de que entrega não faltou. Perto do gol, como Diniz quer, o atacante foi sempre perigoso: foram duas bolas bem defendidas pelo goleiro e uma no travessão. É importante que ele não se acomode entre os defensores, posicionando-se de costas para o gol, situação em que tem clara dificuldade.

Os pontos negativos foram os momentos de maior morosidade na criação são-paulina, algo antigo nessa equipe e agravado pela ausência de um atleta de velocidade e drible – Everton e Toró, que entraram no segundo tempo, podem ser opções na ausência de Antony. O baixo rendimento de Reinaldo, driblado por Claudinho no lance do gol da Ferroviária, foi outro ponto baixo, assim como os dez minutos finais do jogo. O São Paulo perdeu ritmo, desperdiçou contra-ataques e ainda cedeu uma oportunidade para o adversário, correndo o risco de jogar fora uma vitória justa.

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