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Eduardo Rodrigues
“Preciso ter coragem de fazer o que estou enxergando”, afirmou o treinador.
O empate do São Paulo com o Corinthians, no último sábado, pelo Campeonato Paulista, não ficou marcado apenas pelos erros de arbitragem, mas também pelos primeiros gritos de “burro” direcionados ao técnico Fernando Diniz desde a chegada ao Tricolor.
Aos 40 minutos do segundo tempo, o treinador tirou o atacante Alexandre Pato e colocou o volante Liziero. A mudança irritou os mais de 44 mil torcedores, que não pouparam Diniz.
– Para o torcedor é muito difícil, ele quer ganhar. O torcedor do São Paulo está há mais de uma década sem ganhar títulos importantes. Mas, mesmo sendo difícil, o São Paulo saiu aplaudido contra o Novorizontino. O jogo contra o Santo André dividiu as opiniões. O torcedor não tem orgulho do resultado, tem orgulho do que vê em campo. Mas precisamos ganhar, porque o torcedor quer mais ganhar do que jogar bem. Acho que jogando bem a gente aumenta as chances de ganhar. Nesse sentido, estamos no caminho certo.
– Espero muito que a gente consiga ganhar, o torcedor merece. Está tudo certo me chamar de burro, mas preciso ter coragem de fazer o que estou enxergando. O time não piorou com a entrada do Liziero. O torcedor queria ganhar o jogo. Eu estou aqui para o momento que o torcedor precisar xingar, não tenho críticas ao torcedor – afirmou Fernando Diniz após o clássico.
Fernando Diniz, técnico do São Paulo — Foto: MAURO HORITA/ESTADÃO CONTEÚDO
A cobrança sobre o treinador já vem desde o ano passado. A falta de resultados é um dos principais questionamentos da torcida. Embora tenha se classificado para a fase de grupos da Libertadores, o Tricolor não foi tão objetivo no ataque e perdeu pontos importantes na reta final do Brasileirão.
Os problemas de finalização persistem nesta temporada. Com 116 chutes, o São Paulo é a equipe que lidera as estatísticas no Campeonato Paulista. O time, porém, só marcou seis gols no torneio, um aproveitamento de apenas 5,17%.
– O São Paulo é talvez o time que mais cria chances no mundo. Não é falta de querer, temos que fazer uma análise clara e justa, porque a gente não pode culpar o treinador sendo que o time apresenta coisas que poucos times no Brasil apresentam. A gente tem que fazer uma análise consciente e segura do que a gente está falando. O Diniz tem todo nosso respaldo, porque é notório que a equipe joga bem, está criando, mas precisa criar aquele “start” para gente começar a fazer os gols e ganhar os jogos para essa pressão não ficar em cima dele – disse o goleiro Tiago Volpi.
Em seis jogos no Paulistão, o São Paulo acumula nove pontos. São duas vitórias e três empates. Os 50% de aproveitamento deixam a equipe na terceira colocação do Grupo C, atrás de Inter de Limeira e Mirassol, ambos com nove pontos, mas vencem nos critérios de desempate.
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São Paulo 0 x 0 Corinthians: assista à entrevista de Fernando Diniz
No próximo sábado, às 16h30, o Tricolor enfrenta o Oeste, fora de casa, e precisa de um resultado positivo para não se complicar na competição. Vale lembrar que apenas os dois primeiros de cada grupo se classificam para a fase final. Diniz vê o São Paulo no caminho certo.
– O São Paulo tem um caminho, os jogadores se dedicam, são profissionais, tem qualidade, uma base que sempre nos socorre, o staff é muito bom, diretoria, todos caminhando juntos. Temos que insistir nas coisas certas. É isso o que eu penso na vida e no futebol. Temos que lutar pelo certo. Às vezes o certo não acontece o resultado. É tipo o cara que se cuida, se cuida, se cuida, e por um motivo foi atropelado, morreu, teve um infarto, a vida não tem garantias, o futebol não dá garantias. Acredito que na persistência somos premiados no final – finalizou o treinador.