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José Eduardo Martins
O São Paulo voltou a vencer depois de três rodadas no Campeonato Paulista ao derrubar o Oeste na tarde de hoje (22) na Arena Barueri. E o retorno das vitórias veio com grande estilo: show de Daniel Alves e fim da seca de gols de Alexandre Pato para construir a goleada por 4 a 0 pela sétima rodada do Estadual. Com os dois tentos que marcou hoje, Dani disparou na artilharia do Tricolor na temporada com quatro gols. Já Pato voltou a balançar as redes depois depois de mais de seis meses —e logo em dose dupla. O último gol do atacante havia sido em clássico contra o Santos no Morumbi, em agosto do ano passado. Cuca ainda era o técnico são-paulino.
Na próxima rodada, o São Paulo, agora com 12 pontos e de novo na liderança do Grupo C, volta a jogar como mandante no Morumbi para enfrentar a Ponte Preta. O duelo está marcado para as 16h do dia 1º de março. No dia 2, uma segunda-feira, o Oeste visita o Mirassol às 20h no estádio José Maria de Campos Maia. Antony volta vendido e com nova camisa Depois de ajudar a classificar a seleção brasileira para a Olimpíada de Tóquio e ser vendido para o Ajax, da Holanda, Antony voltou a jogar pelo São Paulo. O atacante estreou na temporada, deixando Pablo no banco, e também usou pela primeira vez a camisa 11, que era de Helinho. Como o companheiro está machucado, Antony ficou com a 11 em vez de usar a 17, como estava previsto no começo do ano. A atuação do garoto teve alguns bons momentos, mas no geral foi discreta.
Os melhores: Daniel Alves e Alexandre Pato A dupla de astros foi decisiva para que o São Paulo tivesse uma vitória confortável e elástica pela primeira vez na temporada. Daniel Alves, apesar da camisa 10 nas costas, se acostumou perfeitamente a ser um 8 clássico, que carrega a bola da defesa para o ataque, coordena todos os movimentos do time e desperta temor nos adversários.
Foram dois gols e dezenas de intervenções para facilitar a saída de bola são-paulina ou complicar a do Oeste. O terceiro gol resume tudo. Dani roubou a bola no campo ofensivo, tocou rápido para Pato e se apresentou para concluir na área. Já o atacante, que custou a pegar na bola, sobrou em disposição, ganhou divididas com zagueiros e encerrou o jejum de mais de seis meses sem gols.
O pior: Vitor Bueno Apesar de ter sido importante para a construção da jogada do gol de Daniel Alves, Vitor Bueno teve uma de suas atuações mais apagadas sob o comando de Fernando Diniz. O camisa 12 pouco participou das ações ofensivas, foi presa fácil para os marcadores e ainda levou seguidas broncas do técnico por estar errando na recomposição defensiva.
Atuação do Oeste O Oeste apresentou uma agressividade surpreendente após sair perdendo logo aos quatro minutos. Além de não conceder contra-ataques ao São Paulo, conseguiu criar as melhores chances do primeiro tempo e parecia prestes a complicar o jogo para os visitantes. Até que, de repente, tudo desandou com uma saída de bola lenta e desatenta.
Atuação do São Paulo Um início arrasador e um segundo tempo mais firme nas disputas de bola levaram o São Paulo à vitória mais convincente na temporada. Apesar de alguns momentos de tensão pela dificuldade de recomposição defensiva, com Volpi salvando três contra-ataques do Oeste, o Tricolor foi intenso, objetivo e competitivo, sem deixar as virtudes que já haviam sido mostradas sob o comando de Diniz. A equipe não guardou posições em campo e buscou tabelas rápidas e infiltrações o tempo todo para golear.
Cronologia do jogo O São Paulo precisou de só quatro minutos —e já depois de levar perigo em outros dois lances — para abrir o placar na Arena Barueri. Vitor Bueno enfiou para Reinaldo entrar nas costas da defesa e viu o lateral-esquerdo cruzar para trás. Daniel Alves pegou de primeira, sem deixar a bola cair, e marcou bonito gol. Parecia um começo promissor do Tricolor, que depois se desorganizou em campo, marcou mal e contou com Tiago Volpi e a trave para evitar o empate do Oeste em contra-ataques. No fim da etapa inicial, houve melhora no São Paulo e o time ainda reclamou de um pênalti não marcado sobre Igor Gomes.
A partida foi retomada com muito mais vigor e divididas. O Oeste tentava incendiar o segundo tempo nos contragolpes e o São Paulo parava no próprio capricho ao demorar demais para finalizar seus ataques. No lance que mais representou essa tônica, uma arrancada de Antony viu a bola girar de um lado para o outro na área do Oeste três vezes, até que Dani enfiou para Igor Gomes chutar e Alexandre Pato aproveitar o rebote para ampliar e sair da seca, aos 20 minutos.
A tarde de festa para Pato ainda teve uma assistência na conta. Daniel Alves roubou a bola de Mantuan, que havia dado bonito chapéu em Hernanes, e acionou o camisa 7. Pato devolveu com açúcar e Dani invadiu a área sozinho para chegar aos 3 a 0 aos 28 minutos da etapa final. Para fechar a conta, já aos 42 minutos, Pato sofreu pênalti após linda jogada individual e converteu a cobrança com muita categoria.
Torcida pede, e Diniz lança Hernanes Foi praticamente imediata a decisão de Fernando Diniz de colocar Hernanes em campo após começarem os gritos da torcida pela entrada do Profeta na Arena Barueri. O técnico chamou o meia e manteve uma conversa de mais de quase três minutos até conseguir fazer a alteração —muito comemorada pelos torcedores— e tirar Vitor Bueno.
Ficha técnica: Oeste 0x4 São Paulo Local: Arena Barueri, em Barueri (SP) Data: 22 de fevereiro de 2020, às 16h30 Árbitro: Raphael Claus Assistentes: Marcelo Carvalho van Gasse e Miguel Cataneo Ribeiro da Costa Cartões amarelos: De Paula e Alyson (Oeste); Juanfran (São Paulo) Gols: Daniel Alves aos 4 minutos do primeiro tempo e aos 28 minutos do segundo tempo e Alexandre Pato aos 20 e aos 42 minutos do segundo tempo (São Paulo).
Oeste: Felipe Lacerda, Éder Sciola (Betinho), Renan Fonseca, Lídio e Alyson; Mantuan, Wallace Bonilha e De Paula; Bruno Paraíba, Matheus Oliveira (Marlon) e Roberto (Tite). Técnico: Renan Freitas. São Paulo: Tiago Volpi, Juanfran (Liziero), Arboleda, Bruno Alves e Reinaldo; Tchê Tchê, Daniel Alves e Igor Gomes (Pablo); Antony, Vitor Bueno (Hernanes) e Alexandre Pato. Técnico: Fernando Diniz.