Carlinhos cobra blindagem de atletas e diretoria para evitar polêmicas

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GazetaEsportiva.net

Edoardo Ghirotto

Carlinhos pediu o fim da exposição de assuntos internos de jogadores e dirigentes no São Paulo (Foto: Djalma Vassão/Gazeta Press)
Carlinhos pediu o fim da exposição de assuntos internos de jogadores e dirigentes no clube (Foto: Djalma Vassão/Gazeta Press)

Titular no domingo após Michel Bastos ser barrado pelo técnico Edgardo Bauza, Carlinhos foi o escolhido nessa segunda-feira para dar a primeira entrevista coletiva após o pacto de silêncio firmado entre os jogadores são-paulinos. O atleta foi cauteloso nas respostas e tentou se esquivar de novas polêmicas, mas admitiu que falta ao Tricolor uma preocupação maior para evitar a divulgação de assuntos internos. Sem restringir as cobranças ao elenco, Carlinhos pediu para que a diretoria tenha um papel mais cuidadoso e contribua para que as decisões do grupo não fiquem expostas diante do torcedor.

“Pela grandeza do São Paulo, qualquer coisinha positiva ou negativa tem forte repercussão. Todo mundo deveria fazer um pouco mais de esforço para segurar algumas coisas e proteger o próprio clube”, disse o jogador, incomodado com o fato de o grupo ter de esperar “dois ou três dias para ganhar um jogo e amenizar uma situação que poderia ser evitada se as coisas não saíssem” para o público. “O São Paulo merece ser melhor blindado nesse ponto. Isso evitaria a exposição às opiniões de várias pessoas”.

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O Tricolor reviveu nos últimos dias os períodos de turbulência que marcaram os bastidores do clube no ano passado. Em meio às derrotas para Corinthians e Strongest-BOL, os jogadores resolveram adotar um pacto de silêncio para protestar contra o atraso de dois meses no pagamento dos direitos de imagem. Ofensas proferidas por um assessor da presidência são-paulina, Rodrigo Gaspar, a alguns atletas também contribuíram para a instabilidade. A diretoria tomou conhecimento dos xingamentos postados no perfil pessoal do assessor no Twitter, mas decidiu mantê-lo no cargo sem aplicar nenhuma sanção.

“Eu sabia que ninguém ia falar do jogo hoje”, brincou Carlinhos, ao ser questionado sobre o episódio envolvendo Gaspar. Sem nem saber ao certo quem havia proferido as ofensas, o jogador cobrou de conselheiros e torcedores maior respeito com relação ao trabalho do grupo. “Todo mundo erra. Entendemos que as pessoas ficam chateadas, mas existe uma maneira certa para se fazer as cobranças. E o principal de tudo é o respeito. Em momento nenhum você pode desrespeitar uma pessoa da forma como foi”, disse.

“Às vezes esse é um sentimento do torcedor. Mas por trabalhar junto, [as ofensas do assessor] não pegaram bem. Espero que isso possa ser deixado para trás. Se por acaso houver alguma situação semelhante a essa no futuro, espero que não haja o desrespeito por parte de ninguém”, concluiu Carlinhos, responsável pela assistência no único gol da vitória sobre o Rio Claro, no domingo, no Pacaembu.