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Eduardo Tironi
Nesta terça-feira, 21 de abril, é aniversário da morte de Telê Santana, o maior treinador que o Brasil já produziu. Como um sujeito que perdeu duas copas do mundo seguidas pode ser o maior, sendo que outros vários foram campeões do mundo? Exatamente por isso.
Telê Santana conseguiu uma façanha que ninguém foi capaz e provavelmente não será na história do futebol brasileiro: o de ser cultuado como se houvesse vencido embora tenha perdido não só uma vez, como duas. Claudio Coutinho tentou emplacar o papo de Brasil campeão moral em 1978, mas não conseguiu. Dá para contar nos dedos os momentos bons daquele time. O verdadeiro campeão moral é Telê Santana com seu esquadrão inesquecível da Copa de 82 que, curiosamente, caiu nas quarta-de-final, portanto mais cedo do que a própria seleção de Coutinho, que foi terceira colocada.
Outros treinadores poderiam figurar no topo da lista dos melhores, mas tropeçaram depois da glória. Zagallo, comandante de uma das maiores seleções da história em 70, fracassou em 74 e fracassou em 98. Parreira, campeão burocrático em 94, fracassou em 2006 com a melhor geração produzida em muito tempo. Felipão, campeão em 2002, foi o timoneiro do maior vexame da história do futebol brasileiro em mais de 100 anos. O 7 a 1, claro. É isso o que torna Telê o maior: ele fracassou duas vezes, não triunfou nenhuma, mas deixa uma nostalgia doce. As quedas dos times de Zagallo, Parreira e Felipão nos trazem outros sentimentos, bem mais amargos, que vão da raiva ao desprezo.
Se ainda existe alguma dúvida sobre o tamanho de Telê deixo a pergunta: qual foi a única seleção brasileira derrotada que teve jogos transmitidos neste festival de reprises que a TV está passando?
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