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Convidado do Jogo Aberto desta terça-feira, Marco Aurélio Cunha, coordenador de futebol feminino da CBF, aprovou a manutenção de Fernando Diniz no São Paulo. Conselheiro vitalício do Tricolor, o dirigente afirmou que o início de temporada do time é animador, com chances de chegar à final do Campeonato Paulista, paralisado por conta da pandemia de coronavírus. Faltando duas rodadas para o fim da fase de grupos, o São Paulo, já classificado para as quartas de final, é o líder do Grupo C do Paulistão. Na Libertadores, o Tricolor, com três pontos, é o segundo colocado do Grupo D.
“Acho que criou a expectativa de bom futebol. Eu sempre digo, a missão de um treinador é levar o time às decisões, porque, na decisão, tudo pode acontecer. Ninguém é obrigado a ganhar decisões, você joga para ganhar. O importante é chegar lá, e eu acho que o São Paulo tem e tinha todas as condições de chegar na final do Paulista, de poder progredir no Campeonato Brasileiro, porque o São Paulo passa a ter um treinador que tem uma filosofia de jogo. O que a gente não poder é mudar, mudar, mudar… Cada hora mudar, com conceitos completamente diferentes”, defender Marco Aurélio, que seguiu:
“Dessa vez, permanecendo o Diniz, com seus acertos e erros, pelo menos se adotou uma filosofia de jogo, apostar num treinador por mais tempo, que é tudo que o futebol brasileiro precisa. Se você contratou, você tem obrigação de respeitar o treinador e acreditar nele por um bom tempo, e não ficar trocando figurinha. Eu acredito muito que o Diniz possa fazer um grande ano no São Paulo”.
Além de elogiar o início de ano do São Paulo, Marco Aurélio falou sobre a renovação de contrato de Jorge Jesus com o Flamengo. Destacando o trabalho ‘brilhante’ do português no atual campeão brasileiro e da Libertadores, o dirigente acredita que o treinador permanecerá no clube carioca, mas vê o Rubro-negro ‘refém’ de Jesus.
“Eu acho que ele renova. O pessoal fala muito do Jorge Jesus aqui no Brasil pelo grande sucesso que teve, mas não sei se ele tem essa repercussão internacional para exigir valores como ele possa ganhar no Flamengo. O mercado também conhece as pessoas. Não tenho a certeza do mercado tão aberto ao Jorge Jesus na Europa, a exceção de Portugal e Espanha, para que ele possa fazer uma exigência maior ainda do que faria ao Flamengo. Eu acho que ele fica no Flamengo, até porque o Flamengo é um pouco refém do Jorge Jesus. Quando o clube fica refém do treinador, é difícil mudar”, disse o dirigente.
Colocando Bruno Henrique como melhor atacante brasileiro atuando no país, o médico afirmou que, caso consiga manter seus atletas, o Flamengo seguirá como protagonista nos próximos anos.
“Ele tem sido brilhante no Flamengo. Acho que acertou, o trio de ataque do Flamengo é mortal. Na minha opinião, o Bruno Henrique é o melhor atacante do Brasil no momento, jogando no Brasil. Imagine ele de um lado e o Neymar do outro… Seria um time espetacular em velocidade, em tudo. Acho que ele (Jorge Jesus) dos jogadores se adaptarem muito bem, e acho que ele pode prosseguir neste trabalho porque, se o Flamengo tiver lastro para manter seus jogadores, sinceramente, acho que vai ser o time protagonista nos próximos dois anos”, completou.
Paralisação do futebol brasileiro Com o futebol paralisado por conta da pandemia de coronavírus, Marco Aurélio Cunha defendeu uma reformulação na gestão dos clubes. Apesar de afirmar que nenhuma instituição está prepara para uma situação como essa, o coordenador de futebol feminino da CBF criticou os altos salários pagos aos jogadores e pediu para os clubes aproveitarem o momento para trabalhar com valores ‘mais compatíveis com a nossa realidade’.
“Eu acho que é sempre delicado, porque ninguém ia esperar uma situação dessas, onde não entra um centavo. Acho que ninguém estaria preparado para ter uma situação igual a essa. O futebol é só mais um pedaço que não estava preparado, sendo que abusivamente ele paga salários indevidos. Esse é o grande problema. Enquanto a máquina produz, pagar o salário indevido é ok, mas na hora que ela não produz, como é que faz?”, questionou Cunha, que completou: “É hora de repensar se nós temos nível no Brasil de fazer esse tipo de investimento financeiro em salários como nós temos feito, e quem sabe a gente não para um pouco de gastar tanto e não revela mais jogadores como antigamente. Tem que tirar o orgulho de lado, fazer alguma coisa de resseção mesmo e trabalhar com salários mais compatíveis com a nossa realidade”. Em relação ao retorno da modalidade, o dirigente acredita que as partidas serão realizadas com portões fechados:
“Eu acho que portão fechado é o anticlímax do futebol. Não tem jogo bom que seja de portão fechado, é horrível. No futebol, vão trabalhar os técnicos, os organizadores, não é um contingente de aglomeração. (…) Precisamos passar por essa experiência, mas acho que a hora que a gente tiver o momento para poder voltar o futebol, que ele seja com portões fechados, lamentavelmente, e que as pessoas possam assistir pela TV, que já é um avanço”.
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