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José Eduardo Martins
O São Paulo vai ter eleições para a presidência do clube em dezembro. Assim como aconteceu durante a construção do Morumbi, na década de 1960, sobram desafios para quem for disputar o pleito. Acostumado a conquistar títulos com o time profissional, o Tricolor não levanta uma taça desde a Copa Sul-Americana de 2012. Além disso, existem os percalços políticos e financeiros para os candidatos enfrentarem após a gestão de Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco.
Do lado esportivo, o último grande jejum que a equipe viveu foi entre 1957 e 1970, quando o clube se empenhava para colocar o seu estádio em pé. Hoje, os recentes tropeços em série fazem com que a pressão sobre a equipe seja maior a cada temporada.
No início da gestão Leco, o São Paulo adotou uma postura mais cautelosa e tentou reduzir suas dívidas bancárias. Porém, também por causa dessa cobrança para voltar ao topo, o clube passou a investir ainda mais na montagem do seu elenco profissional nos últimos anos. Tentando manter um plantel robusto e com queda de receita de patrocínios, o Tricolor contraiu mais dívidas, que chegam à casa de meio bilhão de reais.
Com s pandemia do novo coronavírus, o São Paulo deve ter mais dificuldades para colocar suas finanças em ordem. Afinal, o futebol deve ter alguns números redimensionados. Esperava-se fazer cortes em 2020 e fechar a temporada com superávit de R$ 68 milhões. No ano passado, o balanço fechou com déficit de R$ 156 milhões.
Nos últimos anos, o São Paulo também viu os rivais se fortalecerem e algumas fontes de receitas ficarem mais difíceis de serem obtidas. Antes, por exemplo, o Tricolor tinha o estádio mais moderno e com maior capacidade para o público. Hoje, Palmeiras e Corinthians contam com suas arenas. Os números recebidos com publicidade e propaganda também ficaram abaixo do esperado no passado recente.
Internamente, há um racha entre diversos grupos no Conselho Deliberativo. Até mesmo por causa desta fragmentação, alguns defendem uma coalização entre os partidos para a pacificação do órgão.
Até o momento, Júlio Casares ainda não confirmou oficialmente sua candidatura, mas já conta com o apoio de oito grupos de conselheiros – incluindo os de Leco e José Eduardo Mesquita Pimenta, oposição no último pleito. O opositor deve sair da convenção marcada para o fim de junho, articulada pelo conselheiro Newton Ferreira. Os nomes que já foram cotados são os de Marco Aurélio Cunha, José Carlos Ferreira Alves, Roberto Natel e Sylvio de Barros.
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