Além das 4 linhas – Um pouco de otimismo

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Resolvi escrever uma coluna tentando ver o lado positivo das vendas de jogadores dos últimos meses.

Quando o ano iniciou com as vendas de Neres e Lyanco, imaginei que tínhamos um elenco em condições de brigar pelos títulos menos importantes do ano, como Paulista, Sul Americana e Copa do Brasil. Eu só lamentava a falta de experiência do treinador, já que, com 54 anos, já vi muito treinador patinar em início de carreira. Depois isso se confirmou.

Com a perda de qualquer possibilidade de título em 2017 e com a desclassificação vergonhosa na Sul Americana, pensei na ocasião: Hora de parar para balanço. Pouco depois quando vi que o Rogério mudou o modo do time jogar fechei a questão: O cara está perdido, natural para quem está em início de carreira. Depois alguns jogadores caíram demais de produção, chamou a atenção Cueva e Maicon. Será problema de ambiente?

Em seguida vieram as demais negociações e comecei a concordar com elas, pois já que não havíamos vencido nada com este grupo, que pelo menos ajudem a pagar a dívida gigante do clube. Minha cabeça começou a tentar imaginar o que passava naquele instante na cabeça dos dirigentes e membros do conselho de administração formado pelo novo estatuto. Eu, imaginando uma empresa, pensei: O novo grupo de gestores chega, faz muito dinheiro de um grupo que perdeu tudo, paga as dívidas e começa a ter folga no caixa todo mês, já que fica livre de pagar os juros desta dívida. Detalhe: O Brasil é o país com os mais elevados juros do mundo.

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Vi que com os jogadores que ficaram no clube podemos formar uma boa zaga, temos bom lateral esquerdo, boa dupla de volantes, um bom meia-atacante que é o Cueva e um camisa 9 de respeito, apesar de não ser e nunca ter sido um matador, um goleador, excetuando os tempos no Atlético de Minas Gerais.  A conclusão veio logo: Temos uma espinha de um time e bons valores da base. Um bom treinador talvez possa fazer um time deste elenco e em Janeiro de 2018, com poucas contratações, montar um time competitivo para a próxima temporada.

Veio o bom e experiente treinador que pode montar um time e dar padrão de jogo a ele. Dorival fez bom trabalho nos últimos 2 anos no Santos. No primeiro tirou o clube do rebaixamento e no segundo ano foi vice Brasileiro, além de campeão Paulista neste mesmo segundo ano. Isso mostra que o cara não é bobo e se tiver tempo e condições de trabalho, poderá dar frutos ao clube. Um lamento é que as perdas de Neres e Araújo não foram devidamente substituídas. Hoje os jogadores velozes que atuam pelos lados são muito importantes e os que ficaram não estão convencendo. As demais perdas já foram substituídas por jogadores do mesmo nível, acredito.

Fazia tempo que eu não via tão claro na minha frente uma chance tão boa de recomeço. Nesta semana veio a notícia de que o Paulo Autuori poderá juntar-se a Dorival e Vinícius Pinotti no comando do futebol. A notícia foi logo desmentida, mas uma pessoa com vivência no futebol seria bem vinda como gerente de futebol. Eu creio de Muricy seria uma boa. O diretor Vinícius Pinotti  não tem vivência dentro do futebol e um cara honesto e com esta vivência poderia somar muito.

Então meus amigos, depois de tanto pessimismo da minha parte em relação ao futuro do nosso clube, começo a ver que há sim luz no fim deste túnel e não é o trem, é o outro lado deste túnel escuro e frio que estamos atravessando faz tempo. O nosso clube teve um início muito difícil lá no início do século passado e hoje vivemos a nossa maior crise, mas com trabalho e, principalmente, muita Fé, iremos sair deste lugar que não é nosso.

Salve o tricolor paulista, o clube da Fé.

Carlito Sampaio Góes
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Carlito é advogado, trabalha como representante comercial, frequenta o Morumbi desde 1977 e prefere o time que vence ao time que joga bonito. Escreve nesse espaço todas as quintas-feiras.

ATENÇÃO: O conteúdo dessa coluna é de total responsabilidade de seu autor, sendo que as opiniões expressadas não representam necessariamente a posição da SPNet ou de sua equipe de colaboradores.

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