Além das 4 linhas – Raí e a gestão

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O meu maior ídolo tricolor é o Raí. Junto com Careca, foram caras que lamentei muito quando saíram do clube. Eram jogadores que decidiam uma partida como poucas vezes vi acontecer no mais querido clube do futebol Brasileiro. Além disso, passou pelo SPFC e deixou a imagem de ética que poucos deixaram, ainda mais no mundo atual.  Nunca forjou uma proposta para se valorizar, nunca foi paneleiro e nunca ouvi alguém dizer assim: Para jogar no SPFC tem que ser amigo do Raí. É um cara de nível superior ao normalmente visto no futebol.

Por estas qualidades a escolha por Raí para a diretoria de futebol gera certo receio pelos recentes acontecimentos envolvendo a cúpula tricolor. Raí vem se preparando para o cargo atual faz muitos anos. O fato de ter jogado anos no exterior o ajuda muito. Raí poderá levar ao clube as melhores práticas de gestão em futebol. O futebol no Brasil nunca foi bom exemplo nesta área, mas Raí poderá realizar o sonho de ver um clube totalmente profissionalizado dentro do nosso combalido futebol. Basta a política do clube passar a pensar no bem do clube.

Raí esteve recentemente no ótimo programa Roda Viva da TV Cultura, onde teve a oportunidade de externar suas ótimas idéias. Aliás, este programa deveria ser visto por todos nós São Paulinos. O SPFC deu um passo importante quando alterou o estatuto e criou o conselho de administração. Agora traz um cara com idéias arejadas para dentro do futebol. Com certeza veremos os setores trabalhando coletivamente, todos assumindo seus papéis, o treinador não sendo responsabilizado por tudo e despedido rapidamente, os jovens talentos não sendo vendidos antes de serem aproveitados, jogadores claramente sem qualidade sendo contratados e atitudes de ética duvidosa cercando o futebol e muitas outras coisas. Uma das coisas que mais me incomodam é ver jogador sem qualidade ocupando lugar de jogador com talento vindo de Cotia. Hoje temos vários no elenco. O jargão é: Jogador de empresário.

A hora é de o clube virar a página e tomar a direção da boa administração.

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Raí está tratando da contratação do Diego Souza, um bom jogador que aos 32 anos e já maduro, poderá contribuir muito. Acredito que arrume um lugar no time titular. O novo presidente do Santos não descarta abrir mão de Victor Ferraz, o que arrumaria a nossa lateral direita. Se estes dois vierem o elenco ganha o décimo terceiro titular. Está ficando bom.  Em minha opinião ainda faltará opção para o ataque, já que Maicossuel é uma incógnita.

Pelas notícias e fofocas da imprensa, tudo indica que não perderemos jogador nesta janela. Pessoas próximas a Raí dizem que ele está animado em ter um elenco competitivo para a próxima temporada.  Todo São Paulino sonha com isso. Chega de ver o maior misturado aos comuns.

Para terminar, incluo um link aqui do ranking de todos os campeonatos brasileiros desde a criação em 1971. É um documento que atesta o gigantismo do nosso querido clube. Segue então: http://www.saopaulofc.net/noticias/noticias/historia/2017/12/12/enciclopedia-rankings-historicos-do-brasileirao/

Quando perguntarem a diferença em ser gigante, mostra o ranking.

Salve o tricolor paulista, o clube da Fé.

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Carlito é advogado, trabalha como representante comercial, frequenta o Morumbi desde 1977 e prefere o time que vence ao time que joga bonito. Escreve nesse espaço todas as quintas-feiras.

ATENÇÃO: O conteúdo dessa coluna é de total responsabilidade de seu autor, sendo que as opiniões expressadas não representam necessariamente a posição da SPNet ou de sua equipe de colaboradores.

3 COMENTÁRIOS

  1. Me parece que o Raí é um cara muito simples, humilde, honesto e equilibrado. Nunca me esqueço da cena em que, quando Zetti defendeu o pênalti de Gamboa, e todos foram lhe abraçar, Raí fez o caminho oposto e foi abraçar o Mestre Tele. Raí é incomparavelmente melhor, um cara decente e do bem. Concordo com LG. SUA GERAÇÃO NOS LEVOU AO TOPO DO MUNDO.

  2. Muito da personalidade do Raí vem da influência do Sócrates. Não por acaso sempre foi um jogador que prima pelo COLETIVO, pela responsabilidade com a instituição, pela ética no trato com as relações profissionais e interpessoais. Um ídolo de tempos em que esses valores eram buscados e admirados, naquelas últimas décadas do século XX. O Rogério Ceni, ao qual o colunista faz comparações veladas, é ídolo de tempos, neste início do século XXI, em que o ultraliberalismo prega a ética do individualismo, da prevalência de ganhos individuais sobre as perdas coletivas. Enfim, todo apoio ao Raí, talvez a VERDADEIRA inovação e aposta em um ídolo que poderíamos ter feito lá no início de 2017. Provavelmente evitaria muitos dos vexames a que fomos expostos…

  3. Carlito, pois é, hoje não vou te chamar de Indiana Jones, poucas vezes vi alguém ter coragem de se expor como vc fez nessa coluna.
    Raí é sim o maior de todos, foi sua geração que nos colocou no topo do Mundo.

    Parabéns Carlito. Por mais colunistas que torçam pelo clube e não por jogadores.