Memórias Tricolor #29 – O Clube da Fé

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Quem nunca ouviu a expressão “São Paulo, o Clube da Fé” e sentiu alegria em unir duas grandes paixões o time que torcemos ao sentimento que nos move…

Resultado de imagem para Thomaz MazzoniDiferente do que muitos pensam, para o São Paulo Futebol Clube nada nunca foi fácil. Em maio de 1935 diante de enormes problemas e dificuldades o mais recente clube da capital, o então São Paulo da Floresta, fundado 5 anos antes, em janeiro de 1930, fechou as portas. Devemos ressaltar que já no ano de sua fundação o time foi Vice-Campeão Paulista, em 1931 Campeão e nos anos seguintes de 32, 33 e 34 Vice-Campeão.

Porém em dezembro do mesmo ano alguns sócios, inconformados, se uniram e em 16 de dezembro de 1935 fundaram o São Paulo Futebol Clube. Foram verdadeiros guerreiros e heróis que um dia esta coluna irá homenagear.

Na época, o extinto jornal “A Gazeta Esportiva” era o grande veículo da época e lá trabalhava um jornalista Thomaz Mazzoni, um italiano apaixonado por futebol que escrevia uma coluna sob o pseudônimo de “Olimpicus”. Mazzoni como um apaixonado por futebol era grande incentivador de novos clubes e crescimento do esporte, assim se tornou crítico ferrenho do fechamento do São Paulo da Floresta e grande incentivador no novo clube formado em dezembro de 35.

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Porém diferente do clube anterior, os sócios que reergueram o clube eram pessoas de poucas posses, denominadas na época de “pobretões”, e com isso o novo clube enfrentava muita dificuldade, principalmente para contar com grandes jogadores, o que perdurou até 1942. Porém os jogadores sabendo de suas limitações lutavam sem cansar, eram guerreiros e mesmo sem as qualidades dos elencos de 30 a 34, procuravam dar o melhor. Então em 21 de julho de 1937 o jornalista Thomaz Mazzoni em sua coluna publicou:

“Recentemente, surgiu o São Paulo FC Júnior com as mesmas pretensões do antigo. Se o novo São Paulo veio ao mundo da bola sem os haveres, fama e prestígio dos seus antepassados, trouxe a maior das riquezas: a fé no seu destino, o amor ao seu hoje. Somente a fé poderia levar o atual Tricolor a nascer como um clube varzeano qualquer e tornar-se logo uma agremiação no caminho reto do progresso do futebol superior. O Clube da Fé, como merece ser chamado o atual São Paulo FC, está se encarregando de”.

Resultado de imagem para spfc clube da féO São Paulo Futebol Clube ganhava então sua primeira alcunha, “O Clube da Fé”, e então pela fé o Clube dos pobretões se tornou grande, com títulos, conquistas e patrimônio que poucos clubes brasileiros possuem,  mundialmente conhecido e durante muito tempo exemplo aos demais clubes brasileiros.

Ao encerrar o ano esportivo de 2017, após todo sofrimento, decepções e durante grande parte do Campeonato Brasileiro estar na zona de rebaixamento o São Paulo, para desespero de sua torcida, encerramos o ano de cabeça erguida, porém exigindo que a diretoria dignifique nossos antepassados e tenham respeito pelo nosso Clube.

A Torcida Tricolor jamais abandonou o time, e movida pela Fé esteve sempre presente incentivando e apoiando, que no próximo ano tenhamos melhores resultados, pois o “Clube da Fé” sempre que entra em uma competição é para ganhar, ganhar ou ganhar.

 

Gustavo Flemming, 40 anos de amor ao SPFC, é empresário no segmento de pesquisa de mercado e consultoria em marketing.

Contato: [email protected]

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1 COMENTÁRIO

  1. O clube da fé.
    Nos meus 54 anos testemunhei várias situações em que a fé tricolor removeu montanhas. Aqui vão algumas:
    Semifinal brasileiro 1981;
    Brasileiro 1986 (gol do Careca);
    Brasileiro 1991 (gol do Tilico);
    Libertadores 1992 (Zetti eterno);
    Mundial 1992 (Gols do Raí);
    Mundial 1993 (Gol do Miler);
    Mundial 2005 (gol do Mineiro, defesas do Rogério);
    E muitos outros lances e atores (Waldir Peres, Dario Pereyra, Chicão, Forlan, Serginho, Zé Sérgio, Toninho Guerreiro, Paraná, Pedro Rocha, Pita, Silas, Sidney, Zé Teodoro, Oscar, Marinho Chagas, Getulio, Bezerra, Mirandinha, Renato, Lê, Ronaldão, Cerezo e muitos outros).