A Voz do SPNauta – O dia em que me tornei são-paulino

812

Resultado de imagem para São Paulo FC
Futebol é a minha paixão desde que eu me entendo por gente. Minha irmã mais velha, conta que o primeiro brinquedo que os meus pais me deram foi uma bola. Desde cedo aprendi a chutar a pelota pelos corredores de casa.

Como todo garoto (ou quase todo), o sonho de ser jogador de futebol ocupou o meu imaginário durante uma grande parte da infância\adolescência. Eu era bom, mas talvez não o suficiente. Além do mais, o fator sorte anda lado a lado com a capacidade técnica que os garotos precisam ter.

Meu nome, dizem, foi escolhido ali, no auge de um baixinho de um país vizinho que encantava o mundo com aquela perna canhota mágica. Além, é claro, do grande zorro. É que o meu pai era fã do herói e por um triz não me chamo “Dom” Diego.

Isso mesmo, “Dom”.

Publicidade

Depois de descobrir o maravilhoso esporte bretão, descobri outra coisa que mudaria a minha vida e a minha forma de brincar. Um amigo de infância havia ganhado uns brinquedos esquisitos, arredondados e pretos. Ostentavam escudos de times de futebol que eu já conhecia. (Corinthians e Atlético-MG). Eram times de futebol de botão.

Não eram botões profissionais, mas aqueles pequenos objetos fizeram a minha cabeça durante toda a infância.

Baiano que sou, os meus dois primeiros times foram a dupla Ba-Vi. Em uma manhã meio chuvosa, minha mãe acabara de chegar de uma viagem feita à São Paulo capital. Trazia nas mãos um quadro enorme embalado e disse: “trouxe pra você”. Sem dúvidas um dos presentes mais incríveis que já ganhei; Era um campo de futebol de botão e com ele dois times, Bahia e Vitória.

Penso; como naquela época, 1991\2, vendiam times de futebol de botão da Bahia em São Paulo? A terra da garoa é mesmo um lugar onde se encontra de tudo.

Meu terceiro time foi o glorioso tricolor paulista. Esse ganhei de aniversário da minha irmã quando cheguei da escola. Devia ter entre 6 e 7 anos. Ela não lanchou no recreio pra comprar o time pra mim. Era em vidro acrílico vermelho, pareciam óculos de grau forte, os famosos “óculos-fundo-de-garrafa”. Nessa época, já estava virando febre e era um brinquedo bastante popular com a criançada do bairro.

O dia em que me tornei são-paulino não é bem um dia, mas foi no ano de 1992, ano da gloriosa primeira conquista das américas e do mundo.

Eu morava em um conjunto de prédios parecido com uma Cohab. Eram muitos prédios e muitas crianças. Naturalmente, a rivalidade em partidas de botão eram enormes e volta e meia eram resolvidas no tapa.

Jogar com o São Paulo me fez ter afeição ao clube, ainda que o meu time, parecesse ser algo distante daquele grandioso clube que estava se tornando o maior do Brasil e das américas nos anos seguintes.

Tive muitos times, pelo menos uns 30, mas o São Paulo se transformou em algo com um carinho completamente especial desde então. Foi o dia em que me tornei são-paulino, mesmo que ainda não tivesse noção do significado disso tudo.

Desde lá vivi muitas glórias e frustrações com este clube, mas a paixão, o orgulho e o sentimento de pertença supera toda a distância de sampa. Aos amigos são-paulinos da capital que podem ir ao Morumbi, saibam que essa é uma facilidade que enche o restante da nação de inveja.

E você torcedor tricolor, como foi o dia em que se tornou são-paulino?

Diego Sedov, baiano, formado em terras catarinenses e mestrando em terras gaúchas.

Twitter: @sedov13

“Voz do SPNauta” é uma coluna para torcedores, leitores ou fãs do site enviarem seus textos, irá ao ar todos os Sábados aqui na SPNet, quer enviar seu texto ou sonha em ser colunista para falar sobre o São Paulo? Envie seu texto para:
[email protected] que iremos analisar e quem sabe seu texto estará aqui nas próximas semanas. Estamos esperando!

ATENÇÃO: O conteúdo dessa coluna é de total responsabilidade de seu autor, sendo que as opiniões expressadas não representam necessariamente a posição da SPNet ou de sua equipe de colaboradores.

3 COMENTÁRIOS

  1. Você é baiano e eu sou paulista com o mesmo amor ao Tricolor do Morumbi.
    Infelizmente nós crescemos lembrando daquele tempo da infância que é inesquecível, hoje nós ficamos adultos e vemos o nosso tricolor nas mãos de gente incompetente e amadores, tomamos como exemplo as grandes empresas:
    A BRF nas mãos do Abílio Dinis teve o maior prejuizo na história, como trata-se de gente competente e de alto nivel vão substituir Ele e todo o Conselho, no São Paulo não importa se estamos sem ganhar titulos e jogando para se livrar do rebaixamento, não tomam nenhuma decisão ficam esse bando de Velhos Inúteis, incompetentes e babacas mamando um salário sem merecer com os velhos conselheiros só observando.

  2. Comigo foi ao ganhar um time de futebol de botão do São Paulo, era muito bom, dificilmente eu perdia quando usava o São Paulo. Isso me chamou a atenção para conhecer esse clube, e como nessa época na tv apenas passava futebol paulista e carioca facilitou começar a acompanhar o tricolor, e por isso, mesmo eu sendo pernambucano, acabei torcendo para o São Paulo ao invés de Sport, Santa Cruz ou náutico.