Nesta semana a imprensa fez questão de preparar manchetes bem ao estilo catástrofe para o pós-copa do SPFC.
Só que eles esqueceram que a base do time, a espinha dorsal, é composta por jogadores que possuem seus direitos federativos presos ao SPFC e a atual diretoria não tem agido como as anteriores, ou seja, contratava mal e dispensava pior. Jogadores como Arboleda, Anderson, Bruno Alves, Reinaldo, Jucilei, Hudson, Petros, Nene, Diego e Éverton muito dificilmente sairão nesta altura e são os “titulares” em suas posições. Por esta razão é que Aguirre declarou estar tranqüilo com as saídas e chegadas de jogadores para este período do ano.
Mas isso não pode ser dito do líder do campeonato que, tudo indica, perderá seu principal atacante, o Vinícius Jr. O Atlético MG também está perdendo seu principal atacante, o Roger Guedes. Já o SPFC terá que refazer seu lado direito, já que Militão sairá em breve e Marcos já foi. Aprendi a confiar no trabalho desta diretoria composta por Raí, Lugano e Ricardo Rocha e aprendi também a confiar na comissão técnica de Diego Aguirre, afinal de contas, o time está muito melhor do que em passado recente.
Uma coisa vem preocupando e agora foram divulgados números: O SPFC de Aguirre tem bons 60% de aproveitamento neste brasileiro, mas quando só o segundo tempo é levado em conta este aproveitamento cai para 45%. Algo acontece com este time. Pode ser físico ou pode ser psicológico.
Outro assunto importante é o goleiro, afinal, todo grande time começa por um. Eu, desde que freqüento o Morumbi, em 1977, só vi 4 bons goleiros como titulares, que ficaram estes anos todos, e agora o Sidão, que não é goleiro para ser titular do SPFC, com todo o respeito. O Aguirre elogiou muito o Lucas Perri nesta semana. Mas quando o garoto poderá estar apto?
Na partida contra o Vitória fiquei pensando na possibilidade de um ponta direita jogando como joga o Éverton na esquerda. Conseguem imaginar o quanto o time ganharia? O Araruna foi bem ali na lateral direita, será mais um Jean? O Lucas Fernandes também foi bem jogando na frente pelo lado direito, acho que ele começa a se reencontrar. Tomara! Falando do Éverton, o cara é um jogador diferenciado, que corre muito, tem habilidade, ocupa espaços, da assistências precisas e tem comportamento exemplar dentro e fora de campo, e ainda faz seus gols. Que contratação! Mas os invejosos da imprensa criticaram o Raí por pagar R$ 16 milhões por ele.
Agora, a contratação do Nene é coisa de quem vive o futebol. Eu lembrava de quando ele surgiu e não acompanhei mais a carreira dele no PSG e quando voltou. Toda vez que o via no Vasco acabava o elogiando, mas ele não jogou isso no Vasco, jogou no PSG. E o Nene do PSG foi muito bem visto pelo nosso diretor que também marcou época por lá, o Raí. Além disso, tem o dedo do treinador que o colocou para jogar onde ele sabe e armou o time com caras para ajudar isso acontecer.
Uma coisa boa, aliás, duas coisas boas até aqui foram as voltas de Hudson e Reinaldo. O Hudson mudou o meio de campo do time. Eu sempre gostei dele e fiquei chateado com sua saída. Tenho certeza que foi coisa daqueles inexperientes que comandavam nosso futebol. Eu ficava vendo o cara se dando bem no Cruzeiro e pensava: Mais um que saiu e ficou melhor. Sim, mais um porque tem o Maicon no Grêmio. Como o SPFC queimou jogador nos últimos anos!
A verdade meus amigos, é que fazia anos que não tínhamos gente do futebol cuidando do nosso futebol. Essa é a diferença! Parece que o gigante acordou e parece que o time encaixou.
Salve o tricolor paulista, o clube da Fé.
Carlito Sampaio Góes é advogado, trabalha como representante comercial, frequenta o Morumbi desde 1977 e prefere o time que vence ao time que joga bonito. Escreve nesse espaço todas as quintas-feiras.
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Concordo com você Carlito, mas tem gente que pedia a cabeça do Rai, se tivesse um Pinotti da vida tomando conta do nosso futebol, com certeza estaríamos no Z4.