O ano foi bom para o SPFC sem sombra de dúvida. Poderia ter sido melhor? Poderia, mas alguns fatores internos e externos influenciaram e nem tudo está sob controle.
A primeira coisa a nos prejudicar foram as contusões, principalmente a de Everton, o cara que muda o time quando joga. Mas Everton não tem reserva. Ele faz Diego e Nene jogarem melhor ao dar velocidade e chamar a marcação entre outros fatores. O Aguirre teve parte na queda de rendimento também e por isso acabou perdendo o emprego, apesar do bom trabalho que fez.
Quando o SPFC contratou o Aguire li uma entrevista de um jornalista argentino que reputava como bom o trabalho dele no San Lorenzo. O jornalista ressaltou que o time do Aguirre não tinha imaginação no ataque. Justamente o que o tirou do SPFC. Voltando à contusão do Everton, eu notei que faltou ao ex-treinador uma boa solução para resolver a ausência do nosso melhor jogador. Até a escalação do Reinaldo na frente, que deu tão certo contra o time sem cor, não foi tão usada. Também faltou escalar os meninos da base. Isso pesa muito no clube. A base tem bons jogadores de ataque, mas Aguirre insistiu em não utilizar nenhum, preferindo Carneiro e Trellez. Será por isso que Aguirre tem tão poucas conquistas em seu pobre currículo? Pode ser. Faltou ousar?
O fato é que sem Everton e Rojas o time cai muito de rendimento e aqui a falha é da diretoria que não deu ao treinador peças para continuar usando o esquema que deu certo. No lugar de tentar escalar e insistir com pontas da base nos lugares dos titulares, Aguirre começou a alterar o time até sacar o segundo melhor jogador do time, Nene. Aí todo mundo começou a falar que Nene caiu de rendimento. Claro que caiu, os caras que fazem ele jogar bem saíram do time. Armador arma o jogo para quem? Será que todos esqueceram o que aconteceu com o time quando Everton entrou? Agora já sabem o que acontece quando ele saiu. Talvez agora voltem a ver o que acontece quando ele entra, apesar de faltarem poucas partidas.
Falando de futuro, eu acho Jardine totalmente inexperiente para comandar o SPFC. Mais dois anos ao lado de caras rodados talvez o deixem melhor. Assim como está acontecendo com o Rogério Ceni. O Flamengo ia bem com um jovem treinador, que na reta final perdeu o emprego por queda de rendimento do time. O Internacional está passando pela mesma coisa. Na hora dos meninos mostrarem que são homens, a coisa se complica. Como dizia Muricy, que saiu para pegar manha em 1994 e voltou para sua consagração em 2005 e depois foi mandado embora por burrice, por falta de razão e muita emoção, o maior problema do futebol empresa. Disse ele: Isso aqui é um Boeing, não é qualquer piloto que sabe fazer as coisas darem certo.
Como no futebol as coisas são diferentes do que na vida real, a administração do clube vai passar por uma turbulência agora até que se resolva quem vai comandar os jogadores. Quem for escolhido sofrerá críticas. Na pesquisa feita pelo globo esporte, Abel e Rogério ficaram na frente. Mas ela foi feita antes do jogo contra o Cruzeiro, e neste jogo o time voltou a apresentar um bom futebol. Foi a volta do Everton?
Salve o tricolor paulista, o clube da fé.
Carlito Sampaio Góes é advogado, trabalha como representante comercial, frequenta o Morumbi desde 1977 e prefere o time que vence ao time que joga bonito. Escreve nesse espaço todas as quintas-feiras.
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