Além das 4 linhas – Protesto

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Eu acho o fim do mundo diretoria receber facção uniformizada para conversar sobre futebol. O que o torcedor tem para falar todo mundo sabe. O que me causou ainda mais raiva foi ver um monte de gente sentada sobre o muro do clube no CT da Barra funda. É o passo que faltava para a corinthianização total do clube.

Eu penso que o melhor protesto é não ir ao estádio. Imaginem 2.000 pessoas nos jogos e do lado de fora muita gente pedindo a cabeça do maior culpado por tudo o que ocorre, o Leco? Em toda organização seu líder máximo é o responsável pelos caminhos que ela segue. Ele é o
responsável pela efetivação de dois caras sem nenhuma experiência para comandar o time mais vitorioso da história do futebol brasileiro.

Quando Rogério e Jardine foram efetivados foi a confissão de incapacidade do Leco. Eu gosto do Raí, principalmente por substituir a um cara que jamais havia trabalhado com futebol, mas Raí também é inexperiente para o cargo. Mas tudo bem, até dou desconto e conto com sua substituição na saída do Leco. Mas quem vem depois do Leco? Esta é uma questão muito importante. É como mandar treinador embora e colocar outro ruim no lugar. Melhor não mandar embora. Foi o caso do Jardine, que teria sido válido se o clube tivesse uma carta na manga para assim que o BR18 tivesse acabado. Um cara no nível do Gallardo do River Plate por exemplo, que é o cara que eu gostaria de ver no clube depois do Cuca, em janeiro de 2021.

Que não se faça com Cuca o que fizeram com Muricy. Mandar um cara de bom nível embora só se tiver outro igual, ou melhor, para o lugar, pelo amor da padroeira da administração de todas as empresas. Cuca é, além de Paton, o único treinador vencedor pós-saída de Muricy. O clube ficou 10 anos patinando. O problema de gestão do SPFC é notório e gravíssimo. Ainda me lembro de muita gente próxima a mim pedindo a demissão do Muricy por que o cara “perdeu” a libertadores de 2008. Acho que naquela época, vencer libertadores era obrigação e
ser tri brasileiro pela primeira vez na história do futebol do brasileiro não tinha significado. A soberba já tinha tomado conta de quase todos. Muricy saiu e venceu muita coisa e o clube entrou na rota que sabemos e lamentados todas as manhãs de nossas vidas.

O que precisa ficar muito claro para todos é que o SPFC é um clube gigante. Um clube vencedor. Numa grande organização, apenas os profissionais com muito conhecimento e muita experiência conseguem trabalhar. No SPFC isso não acontece e é a razão de tudo de ruim que o clube vive. A volta do Carlinhos Neves tem este significado. O que acontece no clube precisa ser revolvido pelos olhos da razão, pelos olhos da gestão.

Falando em gestão e razão, chamou muita minha atenção as palavras do Muricy no programa que ele participou nesta semana no Sportv. Principalmente quando ele esclarece a sua queda após ter conquistado o inédito tri campeonato brasileiro. Ele deixa claro. Vejam no link:
Aqui. Fica de forma estarrecedora explicado o quanto um clube de futebol não tem um ambiente de trabalho profissional. O quanto o presidente do clube precisa segurar os cornetas querendo a cabeça do treinador por razões nada profissional e que visem o bem do clube. Na verdade o SPFC tem muita gente pensando em si, no seu ego e nos seus interesses particulares. Mais parece um partido político trabalhando pelo bem dos políticos e não dos eleitores. É para ficar muito pessimista com tudo o que ocorre nos bastidores, e faz muito tempo. Imagina hoje?

Salve o tricolor paulista, o clube da fé.

ATENÇÃO: O conteúdo dessa coluna é de total responsabilidade de seu autor, sendo que as opiniões expressadas não representam necessariamente a posição da SPNet ou de sua equipe de colaboradores.

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