A lua de mel do argentino com a torcida chegou ao fim após partidas sofríveis
Isoladamente as estatísticas apontam cenários, no mínimo, míopes. O São Paulo saiu de uma sequência de treze jogos sem derrota para uma de quatro sem vitória, com duas derrotas seguidas. Não estava tudo bom nos treze sem derrota e nem tudo ruim nos quatro sem vitória, embora nas duas derrotas, especialmente na ridícula atuação do sábado à noite em São Januário diante do Vasco, podemos classificar como ruim para péssima.
O fato é que acabou a lua de mel de Luis Zubeldía com a torcida e, segundo apurações de jornalistas nos bastidores, também com o elenco. As duas derrotas não foram bem digeridas porque o São Paulo simplesmente não competiu. Voltou a lembrar aquele São Paulo do passado, apático, indolente, impassível no mau sentido. Em alguns casos negligente.
Onde foi parar a vontade de vencer? Onde está aquele elenco lutador, que não se conformava em perder e mesmo nas derrotas mostrava para a torcida que queria brigar, que não era facilmente derrubado?
Até a postura de Zubeldía na beira de campo mudou. Será que os cartões amarelos o inibiram? Ou tem mais coisa por trás?
Pelo que foi divulgado por alguns jornalistas existem jogadores descontentes com a comissão técnica. O caso que exemplificaria este descontentamento foi a reclamação do zagueiro Sabino, que, segundo a reportagem do SporTV que acompanhava o jogo em São Januário, reclamou com o preparador físico porque foi chamado para aquecer.
Isso é inadmissível! Sabino teria que ser punido com multa, no mínimo, e os outros descontentes chamados pela direção para se explicar. Voltamos à época das panelas? Tem jogador que se acha maior do que o São Paulo?
Rua! Independentemente de quem seja!
A encrenca está na mão da diretoria e de Zubeldía. A primeira, convenhamos, não confio muito, mas o treinador ainda tem voto de confiança. Seu passado mostra que tem condições de reverter situações de adversidade e o próprio elenco já o fez no passado, ou seja, uma parte já tem experiência. A torcida certamente apoiará, como tem feito nos últimos anos até quando o time não merecia.
E o treinador argentino precisa se reinventar também. Está claro que o sistema de jogo que ele pensou para o time não está funcionando. Povoar o meio-de-campo com volantes não está dando certo, precisamos de escape com pontas. Precisamos de criatividade na frente. Bons treinadores montam time, ou times, conforme as peças que têm em mãos. Temos um exemplo de treinador do outro lado do muro que vive se reinventando. Hoje podemos dizer que temos peças no elenco para mudar a estratégia. Basta o treinador querer.
Poderia começar com o goleiro, convenhamos. Jandrei não está à altura do São Paulo Futebol Clube. Que tal testar Young? Na frente também ficou claro que Lucas e Luciano não estão dando certo juntos. Por que não deixar um deles no banco?
É normal oscilar em um ano, vamos confiar que estamos passando por este período. A torcida espera o retorno da alegria.
André Barros é jornalista e são-paulino, não necessariamente nesta ordem