Prancheta Tricolor: Sinal amarelo para a comissão técnica

239

Levantamento do GE mostra que Zubeldía levou nze cartões em dezenove jogos. Contra o Botafogo na quarta-feira, no Morumbis, mais uma vez o São Paulo não terá o seu treinador no banco de reservas, por cumprir suspensão automática. O argentino ainda levou um vermelho desde que chegou ao tricolor.

Quando indagado sobre o excesso de cartões, o treinador busca minimizar. Há algumas rodadas afirmou ser algo comum em sua carreira – e, de fato, o é. No domingo, após empatar com o Juventude em Brasília, reclamou do rigor da arbitragem que “tem uma obsessão por não deixar sair da área técnica”.

Tenho diversas críticas à arbitragem, mas, desta vez, eles apenas cumprem a regra. Basta acompanhar Zubeldía durante um jogo para ver o quanto ele deixa a área técnica. Já o flagrei dentro do gramado, inclusive. Não acho toda essa intensidade ruim, ao contrário, isso ajuda o desempenho do time, mas acho que pode ser possível evitar os cartões com uma postura mais comedida, inclusive com relação às reclamações, que também são frequentes.

Zubeldía já está marcado pelos péssimos árbitros brasileiros, que agora não vão mais hesitar em puni-lo com cartão. O argentino precisa se cuidar e pensar mais estrategicamente quando estiver pendurado: um cartão contra o Juventude não pode deixá-lo suspenso em partidas grandes. 

Publicidade

Tanto acho positiva a intensidade do argentino que a ausência dele no banco de reservas, na beirada do campo, em um jogo tão importante quanto este, contra o líder do campeonato, em casa, no fechamento do primeiro turno, será um ponto a favor do adversário.

Outro sinal amarelo

O São Paulo já teve uma sequência de atuações negativas, antes da sequência positiva, e agora acumula dois jogos ruins consecutivos, Grêmio e Juventude, embora sem derrotas. Nada desesperador, pois oscilar em um campeonato longo como o Brasileiro é normal e acontece com todos os times.

Mas agora é a vez de Zubeldía mexer, mais uma vez. A entrada de Ferreira e o esquema de quatro atacantes funcionou quando Alisson e Luis Gustavo ajudavam lá atrás, mas com a ausência de Alisson chegou a hora de repensar e testar alternativas. Sei que não há muito tempo para treinos, mas já deviam existir alternativas na cabeça da comissão técnica: não podemos ficar reféns de apenas um esquema.

Contra o Botafogo entraria com um meio-de-campo mais povoado, talvez com Nestor e Rato, que embora tenham entrado mal nos últimos jogos já demonstraram ser capazes de aguentar a bronca. Não acredito que o Botafogo saia para o jogo, prevejo aquele jogo truncado, por isso é importante trabalhar bem a bola até chegar ao ataque.

A volta de Igor Vinícius é uma boa notícia para Lucas, que jogou sem companhia em Brasília. E o retorno de Calleri seria uma excelente notícia para um jogo contra uma equipe muito bem montada e com um futebol muito forte fisicamente.

O importante é voltar a apresentar um desempenho satisfatório, o que ficou longe de acontecer no segundo tempo contra o Grêmio e em todo o jogo contra o Juventude.

André Barros é jornalista e são-paulino, não necessariamente nesta ordem