Além das 4 linhas – O lateral esquerdo

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Curioso este mundo do futebol. No início da temporada, exatos sessenta dias atrás, a conversa era a contratação de um lateral esquerdo titular, pois o clube tinha “apenas” um garoto da base para a posição. O nome citado pela imprensa foi o de Maxwel, que está no PSG, um ótimo jogador que está em fim de carreira e tem família tricolor.

Hoje um dos jogadores mais elogiados e regulares do elenco é justamente este garoto da base que atua na lateral esquerda. E como atua bem!

O mais interessante é falar da dificuldade que o assunto criou, pois se realmente houve conversa com o Maxwel, a conversa hoje é outra. O clube agora precisa de um reserva para o Júnior e não mais do titular. E se um pré-contrato foi assinado já que em junho o Maxwel tem passe livre? Que saia justa! O dinheiro que seria pago de salário para o jogador do PSG pode hoje ser pago a outro, por exemplo, um bom reserva a Cueva, ou mesmo alguém que jogue junto na meia para revezar com Cícero e com o próprio peruano.

E agora a contusão do Bruno para falar em lateral. Como a opção é da seleção, o momento fica complicado. Uma improvisação será necessária. Que não seja nada que faça Bruno perder muito tempo de trabalho e que prejudique sua carreira. Sorte Bruno!

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Outro assunto que chamou minha atenção nesta semana que passou: A recusa do nosso treinador em usar a roupa com patrocínio que os treinadores anteriores usavam. Esta história não está bem contada ou pelo menos eu não li nada que me fizesse entender esta coisa. O clube tem contrato com uma empresa para o treinador usar determinada roupa. O Rogério nega-se a usar tal roupa, prefere as roupas sociais que vem usando. O fato é que existe um contrato entre clube e patrocinador e o problema pode estar na não exigência por parte do SPFC para que seu funcionário Rogério aceite um contrato já vigente. Ficou estranha esta história.

O time sofreu uma queda nítida de rendimento nos últimos jogos. O sobe e desce é natural dentro dos campeonatos, por isso um bom elenco é importante. O SPFC vem de fases tão complicadas e sem continuidade de trabalho que a análise de tudo é complicada. A comissão técnica montada é jovem. O treinador atual é iniciante. A diretoria não me parece das mais atuantes e presentes. Por isso a palavra continua sendo paciência.

Mas o paulista é visto como um período de testes e adaptações dentro do clube, principalmente a primeira fase, assim escreveu Vitor Birner em coluna recente. Eu concordo com isso. Meu amigo Tibira adora o Paulista, ele é um cara tradicionalista, vê o paulista com aquele charme que sempre teve desde os anos 60, quando não havia o campeonato brasileiro, que teve início em 1971. Mesmo nos anos 70 e 80 o paulistinha era bem legal, a gente até comemorava este título. Hoje os clubes e os torcedores já pensam na Libertadores e no Brasileiro, para mim os legais de vencer.

Eu confesso que estou vendo este início de trabalho do Rogério como laboratório para ele. Eu não sei dizer até quando vamos agüentar ver o treinador como aprendiz e o clube servindo a ele como um meio de aprender um novo ofício. A gente espera para o clube mais vitorioso do nosso futebol o melhor. Mas o clube mudou tanto que não sabemos mais nada.

Salve o tricolor paulista, o clube da Fé.

Carlito Sampaio Góes

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Carlito é advogado, trabalha como representante comercial, frequenta o Morumbi desde 1977 e prefere o time que vence ao time que joga bonito. Escreve nesse espaço todas as quintas-feiras.

ATENÇÃO: O conteúdo dessa coluna é de total responsabilidade de seu autor, sendo que as opiniões expressadas não representam necessariamente a posição da SPNet ou de sua equipe de colaboradores.

2 COMENTÁRIOS

  1. Não acho q o São Paulo está servindo de escola para o Rogério, em parte sim, pq é a primeira experiência dele como treinador, mas se fosse qualquer outro técnico mais experiente não acredito que os resultados fossem muito diferentes.