Além das 4 linhas – Quando vamos ao Morumbi

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Nos últimos anos, quando vamos ao Morumbi, não é o SPFC que vemos em campo. O que vemos em campo é o reflexo do que este grupo de pessoas que está no poder faz tantos anos fez do SPFC.

Leco elegeu-se faz poucos meses, mas já chegou vendendo e comprando fora de hora. Deram um elenco mediano a um treinador totalmente sem experiência e ainda, para piorar, venderam alguns e compraram outros de nível inferior com a temporada em andamento. A pior reposição foi no ataque. O nosso diretor de futebol, Vinícius Pinotti, nunca havia trabalhado com futebol. Conclusão: O cara vence a eleição com a enorme missão de tirar o clube da maior crise da sua história e já começa fazendo muita coisa errada.  Assim fica quase impossível!

É difícil ajudar quem não se ajuda!

Sair de casa, gastar uma grana boa e ainda ver um clube em crise interminável jogar e sabendo que não vai ver uma boa partida de futebol não é para qualquer um. E isso faz anos! Se tivéssemos vendo o clube realmente buscando sua reconstrução com os melhores profissionais gerindo cada uma das muitas áreas do clube daria prazer ajudar, ou seja,  ir ao estádio dar dinheiro pra esta gente trabalhar pelo SPFC, comprar camisas oficiais e outras coisas da loja. Mas…

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Sabe o que vem à minha cabeça? Que ainda não chegamos ao fundo do poço! Para melhorar vai ter que piorar ainda mais. Pelo andar da carruagem, bateremos o recorde negativo neste ano dentro do campeonato brasileiro, ou seja, ficaremos além da décima colocação no final. A décima colocação é a pior colocação que o clube já ficou na era dos pontos corridos.

O que também chama a minha atenção são as boas vendas de alguns jogadores, considerando que o elenco nada venceu. Isso quer dizer que há bons jogadores no elenco,  mas o treinador não consegue fazer um time. Realmente, sempre achei que o time era razoável para os padrões brasileiros da atualidade, tanto que chegamos até a semifinal da libertadores de 2016. Gosto de quase todas as peças. Mas quando saímos do campo individual e vamos para o coletivo, a coisa não funciona.  Isso é o que preocupa.

Agora contrataram o Petros para o meio de campo. Trata-se de bom jogador. Mas se Thiago for vendido o elenco não foi reforçado, ficou, na melhor das hipóteses, igual.  O mesmo não se pode dizer do ataque, pois Neres e Araújo estavam jogando um melhor futebol do que os que estão no elenco. O Wellington Nem está sendo a decepção do ano para mim, mas gostei do clube apostar em promessas como Denílson e Marcinho. Mas deveria haver no time jogadores consolidados  nas posições, mas os dois que fariam o ataque com Pratto foram vendidos. Agora o time toma pouco gol e faz também pouco gol. Eu não sei o conhecimento que todos têm do Pratto, mas ele nunca foi um matador na carreira. Ele é um jogador que tem baixa média de gols por partida jogada considerando toda a carreira. O cara sabe jogar bola, mas precisa de outros caras que também balancem as redes adversárias. Mais uma vez digo: Neres e Araújo fariam isso neste time.  Os outros não estão fazendo.

Aí mora a grande crítica à diretoria, que poderia ter vendido os jogadores que  vendeu, mas deveria ter contratado melhor. Na verdade nós sabemos de ouvir dizer que o clube passa por grave crise financeira, pois a diretoria nunca veio a público explicar e justificar o momento e por conseqüência, as atitudes tomadas.  Talvez se viesse nos explicar tudo o que o clube passa, nós iríamos entender. Mas talvez não queiram ou não possam fazer isso porque seria criticar o próprio grupo político que ainda está no poder.

E pensar que tinha gente que reclamava que o Muricy só ganhava brasileiro…

Salve o tricolor paulista, o clube da Fé.

Carlito Sampaio Góes

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Carlito é advogado, trabalha como representante comercial, frequenta o Morumbi desde 1977 e prefere o time que vence ao time que joga bonito. Escreve nesse espaço todas as quintas-feiras.

ATENÇÃO: O conteúdo dessa coluna é de total responsabilidade de seu autor, sendo que as opiniões expressadas não representam necessariamente a posição da SPNet ou de sua equipe de colaboradores.

 

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